As projeções de lucro da Hypera estão em xeque. Segundo informações do Money Times, o Goldman Sachs reduziu em 32% as expectativas de resultados da farmacêutica brasileira em 2025. A revisão equivale a R$ 1 bilhão. A recomendação de compra das ações se manteve neutra, mas com ajuste no preço-alvo – de R$ 27 para R$ 23.

A análise do banco leva em conta a previsão de taxa de juros mais elevada do que a projeção anterior. Mas pesou também para essa avaliação a queda de 4,5 pontos percentuais na previsão da margem Ebitda da Hypera para 2025.

Para o Goldman Sachs, embora a tendência aponte para estabilidade no nível de despesas, o mix de produtos da farmacêutica compromete a rentabilidade, com menor participação de produtos de maior margem.

A instituição projeta em 9% o aumento das vendas ao consumidor final (sell-out) no quarto trimestre de 2024, abaixo da estimativa inicial de 13%. A receita esperada para o período – R$ 1,46 bilhão – também decepciona, pois significaria uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior. Aumentam, dessa maneira, as expectativas em torno do primeiro balanço financeiro da Hypera em 2025.

Outro fator tido como preocupante é a influência cambial sobre os APIs farmacêuticos importados de mercados como China e Índia, adquiridos com base na cotação em dólares. Apesar desse cenário, o banco faz uma ponderação. O fluxo de compras desses APIs vem diminuindo e o reajuste de preços dos medicamentos ajudou a conter esse impacto.

Lucro da Hypera acompanha cenário de dívidas

As dúvidas em torno do lucro da Hypera vão ao encontro do cenário de endividamento da companhia, cuja redução passou a ser prioridade na agenda após a farmacêutica rejeitar a proposta de fusão com a EMS.

As dívidas da Hypera totalizam R$ 8,2 bilhões (incluindo quase R$ 1 bilhão de dividendos). A perspectiva é desafiadora devido à taxa de juros elevada. O pagamento dos juros da dívida praticamente consome a geração de caixa.

Segundo estimativas do mercado, a Hypera terá que pagar cerca de R$ 1,2 bilhão de juros por ano. Trata-se de uma quantia próxima ao ganho, estimado em R$ 1,5 bilhão, que a companhia pode capturar com a redução no prazo médio de recebimento dos atuais 116 para 60 dias no fim de 2025.

Com a reestruturação, a farmacêutica prevê incremento na geração de caixa operacional de R$ 2,5 bilhões até 2028 e de R$ 7,5 bilhões nos próximos dez anos. O objetivo é gerar maior flexibilidade financeira a fim de capturar oportunidades futuras de crescimento orgânico e inorgânico.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/1-bilhao-lucro-da-hypera/

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