Um estudo inédito da Close-Up International aponta que o varejo farmacêutico deve, pela primeira vez, atingir faturamento de três dígitos e ultrapassar R$ 103,2 bilhões em 2021, com a venda de 7 bilhões de unidades. O resultado representaria um avanço de 10,8% na comparação com os R$ 93,1 bilhões alcançados em 2020. Os medicamentos de prescrição, em especial os exclusivos e genéricos, prometem puxar esse crescimento.
A consultoria projeta que essa categoria movimentará R$ 55,7 bilhões no ano, representando 54% do montante geral. Com faturamento em torno de R$ 15,5 bilhões, os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) responderiam por somente 19%, enquanto os produtos de higiene pessoal, perfumaria e conveniência totalizariam exatos R$ 32 bilhões (31%).
“Os primeiros efeitos da pandemia, entre março e abril de 2020, exerceram forte influência na demanda, com a interrupção inicial de tratamentos crônicos e intensa procura por produtos ligados à Covid-19 ou MIPs para aumento da imunidade. Mas retirado esse impacto, o mercado volta a assumir o padrão de crescimento de 2019”, ressalta Paulo Paiva, vice-presidente Latam da Close-Up.
Avanço de 70% em cinco anos
O levantamento traçou ainda cenários até 2025 e prevê um faturamento da ordem de R$ 158,6 bilhões em cinco anos. O resultado acumulado seria 70% superior ao de 2020. “A partir de 2022, com a expectativa de imunização de toda a população brasileira contra a Covid-19, espera-se que as farmácias e drogarias registrem curvas de crescimento na casa de 11%”, projeta.
Âncoras do crescimento
Para Paiva, os genéricos tendem a continuar como drivers do crescimento em unidades, chegando pela primeira vez a 50% do mercado de medicamentos, contra 48% do ano passado. O volume comercializado se aproximaria de 1,6 bilhão. “Mas essa categoria, gradualmente, deve evoluir também em receita, saltando de R$ 11,8 bilhões para R$ 21,7 bilhões em cinco anos. A participação subiria de 21% para 26%”, avalia.
Já em valores, os medicamentos exclusivos seguirão majoritários em 2021 e encerrarão o ano com movimento de R$ 31,9 bilhões – 57% do total. “Os remédios de referência e de marca, por sua vez, representarão somente 22% e não devem registrar avanço acelerado nos próximos anos, muito em função do contexto macroeconômico. Os elevados índices de desemprego vêm estimulando as trocas no ponto de venda em razão do preço, o que traz implicações para essa classe de medicamentos”, acredita.
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