O varejo farmacêutico vem experimentando uma mudança notável nos últimos anos. Muito além da comercialização de medicamentos, as farmácias assumiram um papel mais amplo, diversificando produtos e oferecendo serviços que as consolidaram como verdadeiros centros de conveniência e cuidado.

A pandemia da Covid-19 não só acelerou esse processo, como também redefiniu o modelo de relacionamento entre esses estabelecimentos e consumidores. A seguir, confira a importância estratégica da diversificação de produtos, as tendências e como garantir a competitividade em um cenário de constante transformação e inovação.

O varejo farmacêutico é um setor em redefinição

Ao longo dos últimos anos, a atribuição tradicional do varejo farmacêutico foi redefinida. Ficou para trás a simples comercialização de medicamentos para o consumidor final e o setor tornou-se um polo de bem-estar e saúde.

Além da venda de remédios, as farmácias desempenham uma função essencial na oferta de uma variedade de produtos, incluindo cuidados pessoais, itens de higiene, suplementos alimentares, e artigos para pele e cabelo.

Esses estabelecimentos também passaram a oferecer serviços de saúde, como medição de pressão arterial e aplicação de vacinas.

Como está a situação do varejo farmacêutico? 

Desde a pandemia o setor vem passando por significativas transformações, focando principalmente na ampliação de canais de venda, sobretudo no universo digital. A integração de e-commerce, omnicanalidade, aplicativos, marketplaces são uma realidade do canal farma.

Inclusive, de acordo com a pesquisa Comportamento de compra online: hábitos de compra dos brasileiros na internet e sua relação com anúncios, realizada pelo IAB Brasil, em parceria com a Offerwise, 48% dos brasileiros preferem comprar online. E 85% já efetivaram alguma transação por plataformas de e-commerce.

Ainda segundo o estudo, o hábito de preferir as compras online é mais frequente na classe A, na faixa etária de 25 a 34 anos e entre os pais de crianças de até 12 anos.

As farmácias também aumentaram a oferta de hubs de saúde, que contemplam centros de atendimento personalizado, oferecendo consultas, exames clínicos, vacinação, acolhimento e acompanhamento farmacêutico.

No ano passado, por exemplo, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a realização de exames de análises clínicas em farmácias.

Crescimento em 2023 

O varejo farmacêutico cresceu 4,7% em 2023, completando sete anos consecutivos de ganhos. O resultado, no entanto, foi inferior a 2022 que registrou crescimento de 6,3%. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria vem registrando taxas positivas, no indicador interanual, desde março de 2023, quando apresentou 7,1% de crescimento.

Vale ressaltar que o varejo farmacêutico no país apresenta diversas oportunidades para empreendedores no setor. A seguir, confira alguns modelos de negócios adaptados às demandas específicas do mercado.

Farmácia de rede: Exige estratégias de longo prazo com operações próprias e franqueadas.

Farmácia de manipulação: Exige alta capacidade técnica e investimentos em qualidade.

Franquia de drogarias: Foca em atendimento, exposição de produtos e treinamento para alavancar resultados de farmácias independentes.

Franquia de farmácia magistral: Requer custo de entrada, mas benefícios incluem marca reconhecida, know-how e suporte.

Associativismo de farmácias e drogarias: Associações oferecem poder de negociação junto a fornecedores.

Farmácias independentes: Sistema desafiador devido à concorrência acirrada e guerra de preços.

Farmácias online: Modelo baseado em conveniência e exige investimentos em tecnologia e logística.

As tendências do setor 

O mercado farmacêutico projeta um “crescimento saudável”, com estimativas de aumento nas vendas em volume no varejo.

Segundo o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), o setor deve crescer 9,7% este ano devido à recuperação na quantidade de lançamentos e à adoção de novas tecnologias.

Já as grandes redes investem em serviços diferenciados, como atendimento médico remoto e vacinação, reconhecendo que sortimento, atendimento, serviço e preço são fatores-chave para o sucesso nas no setor.

A marca própria em farmácias também vem se consolidando como fonte extra de receita para o setor. Juntas, Raia Drogasil, DPSP, Panvel e Pague Menos movimentaram R$ 1,24 bilhão nos últimos 12 meses até novembro de 2023, contra R$ 996,7 milhões no mesmo intervalo anterior.

A importância de diversificar os produtos 

Ao diversificar o mix de produtos, as farmácias passam a atender outras necessidades dos clientes, transformando os estabelecimentos em locais de conveniência.

Isso não apenas proporciona praticidade aos consumidores, mas também fortalece a relação com os clientes, incentivando a frequência regular.

A disponibilização de novos produtos alinhados às demandas do mercado também mantém as farmácias relevantes e competitivas. Além disso, a ampliação do leque de produtos cria oportunidades para novas fontes de receita.

O ano passado foi positivo no que diz respeito à comercialização de itens para personal care. Embora o volume de vendas tenha apresentado uma queda de 5,5%, os demais indicadores encerraram em território positivo, com aumentos notáveis no preço médio (13,5%), tíquete médio por loja (5,6%) e no total de pontos de venda (1,5%). Os dados foram divulgados pela Mtrix.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/varejo-farmaceutico-estimativas-2024/

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