O Índice Stone de Varejo aponta queda de 0,5% em abril frente ao mês anterior. O movimento foi puxado pelo segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuou 8,7%.
Mas, apesar da queda do índice como um todo, a maior parte dos segmentos avançou na comparação mensal. Entre os seis setores analisados pelo índice, quatro subiram: construção (+8,2%); artigos farmacêuticos (+4,7%); móveis e eletrodomésticos (+2,4%); e livros e jornais, revistas e papelarias (+1,7%). Além do recuo de hiper e supermercados, o segmento de tecidos, vestuário e calçados caiu 1,7%.
O pesquisador econômico Matheus Calvelli, responsável pelo estudo, frisa que o resultado de abril mostra que o cenário é de estabilidade no varejo do país, com boas perspectivas para o ano. “Importante observar que, no comparativo mensal, todas as variações foram inferiores a 1% ao longo dos últimos quatro meses, com altas em fevereiro e março no índice restrito. Portanto, os dados de abril indicam um início de ano estável e com boas perspectivas para o restante do ano”, diz Calvelli.
Ele explica que a expectativa para o início do ano era de um desempenho “um pouco mais forte, com uma tendência mais clara”, mas o que se viu foi um primeiro quadrimestre mais perto da estabilidade. Mas o fato de haver um número maior de setores em alta dentro do índice contribui para que a expectativa para os próximos meses seja positiva. “Temos mais motivos para acreditar que vai melhorar do que piorar”, frisa Calvelli.
O resultado de abril foi muito influenciado pela forte queda de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem peso relevante no índice. Calvelli lembra que o setor “vinha bem” no ano passado, sofreu em janeiro com o crescimento da inflação, mas depois se recuperou, até o recuo de abril.
No sentido contrário, o analista econômico chama a atenção para a alta de 8,2% da construção civil, o que, para ele, pode indicar o início da recuperação do setor. Calvelli destaca que o setor de material de construção vinha com altas constantes até meados do ano passado, quando começou a recuar. “Agora vê mudança muito forte. Nesse caso específico [da construção], uma alta tão forte pode significar mais uma mudança de tendência do que significaria em outros setores”, pondera o especialista.
O índice de abril, segundo ele, trouxe efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul. No mês passado, o índice registrou queda em 15 Estados. O principal tombo foi do Amapá, com -13,5%, seguido pelo Rio Grande do Sul, com -9,5%. Calvelli lembra que as chuvas começaram a cair com mais força no Estado dia 25 de abril. “Só com cinco dias [de influência das chuvas] no mês, já vemos impacto no varejo do Estado”, afirma Calvelli.
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