A venda de cannabis nas farmácias superou 417 mil unidades em apenas um trimestre. O resultado de janeiro a março de 2024 representa um aumento de três dígitos (151,4%) em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados integram um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides (BRCANN), com base em indicadores compilados pela IQVIA.
O varejo farmacêutico mostra-se o canal mais promissor para democratizar o acesso a produtos à base de canabidiol no Brasil. E a margem para a categoria avançar no setor é ainda maior, na visão de especialistas ouvidos pelo Panorama Farmacêutico.
De acordo com a Kaya Mind, mais de 430 mil brasileiros usaram pelo menos uma vez a cannabis medicinal. “Deste total, 97 mil recorreram às farmácias por meio da RDC 327. Estamos falando de apenas 22,5% e de um universo de 17 mil PDVs que comercializam esses produtos. Considerando as mais de 90 mil drogarias existentes no país, há um amplo campo para explorar”, entende Lukas Fischer, CEO da Endogen.
Fator preço pode puxar venda de cannabis nas farmácias
A venda de cannabis nas farmácias também tende a evoluir em função do preço. O tíquete médio no varejo farmacêutico somou R$ 392, uma redução de 7% em relação aos R$ 421,50 anteriores.
Bruna Rocha, diretora executiva da BRCANN, acredita que a diminuição dos valores está atrelada à maior conveniência e acessibilidade proporcionadas pelo canal farmacêutico. “Nesse ambiente de vendas, os pacientes têm a garantia de que estão adquirindo produtos de qualidade, devidamente regulamentados e testados de acordo com os padrões estabelecidos pela Anvisa. Isso ajuda a dissipar possíveis receios e estigmas, contribuindo para a maior aceitação desses tratamentos”, declara.
Integração ao sistema de saúde reforça papel das farmácias
A pesquisadora Margarete Akemi Kishi, professora da Universidade Mackenzie, diretora técnica do Sincofarma-SP e integrante de comitê dedicado ao tema no CRF-SP, também menciona a integração ao sistema de saúde como estímulo para a cannabis nas farmácias.
“Os farmacêuticos podem trabalhar em conjunto com médicos e outros profissionais de saúde, de forma a assegurar que os pacientes recebam uma terapia abrangente e coordenada. E por terem uma proximidade maior com o público consumidor, conseguem monitorar com mais efetividade o tratamento, ajudando a ajustar dosagens e identificando rapidamente quaisquer problemas”, analisa.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/venda-de-cannabis-nas-farmacias-2/
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