A venda de MIPs movimenta valores recordes e mais uma vez posiciona a categoria como a mais promissora nas farmácias brasileiras. A receita do segmento cresceu 25% em 2022 na comparação com o ano anterior, totalizando R$ 27,6 bilhões.
É o terceiro ano consecutivo de recorde no faturamento dessa classe de medicamentos, que acompanha o processo de amadurecimento do consumidor com foco no autocuidado.
Os medicamentos isentos de prescrição respondem por 15% do volume de negócios, resultante das 1,42 bilhão de unidades comercializadas no período.
“O brasileiro incorporou o consumo desses produtos à sua rotina, estimulado pelo fortalecimento das farmácias como hubs de atenção primária e pela ascensão do e-commerce, cujas transações já somam R$ 2,7 bilhões”, observa Renan Oliveira, gerente da área de Consumer Market Insights da IQVIA.
Venda de MIPs em farmácias – faturamento em bilhões de R$
Venda de MIPs ganha fôlego no associativismo
A venda de MIPs em farmácias revela que o associativismo e as franquias vêm sendo um dos motores do avanço da categoria. A receita desse nicho teve aumento de 29% e somou R$ 7,3 bilhões. No entanto, as redes e os PDVs independentes ainda sustentam a liderança.
Venda de MIPs por nicho (em bilhões de R$ e %)
Venda de MIPs por fabricante revela concentração
Embora a cesta de consumo esteja bem distribuída nas farmácias, a venda de MIPs por fabricante revela uma elevada concentração. As cinco farmacêuticas que mais movimentam a categoria representam 52% do faturamento.
As indústrias top 5 na venda de MIPs (em bilhões de R$)
Farmacêuticas se movimentam
Nesse cenário, as farmacêuticas promovem movimentos distintos. A EMS, controlada pelo Grupo NC, busca ampliar participação na categoria com operações como a compra da Dermacyd.
Com receita de R$ 50 milhões no país, a marca de sabonetes íntimos da Sanofi custou para a fabricante brasileira uma bagatela de € 66 milhões, equivalente a R$ 366 milhões no câmbio atual.
Já a Sanofi, com mais essa venda, continua a abrir mão de parte do portfólio de MIPs. Na última semana, a Eurofarma concluiu a compra de ativos do laboratório francês para o Brasil, Argentina, Colômbia, México e Uruguai. Fontes do mercado avaliam que a Sanofi estaria se desfazendo de produtos desse segmento com o claro propósito de alocar esforços e recursos para a divisão de medicamentos de especialidades.
Quais produtos se destacam na venda de MIPs?
No ranking dos produtos campeões de demanda, a Sanofi tem dois de seus carros-chefes da divisão de consumer healthcare nas duas primeiras posições. Com R$ 647 milhões em vendas, o analgésico e relaxante muscular Dorflex encabeça a lista. A marca, cujo incremento chegou a 15%, passou a figurar na seleta lista das 50 marcas mais valiosas do país, com base em análise da Kantar e do Meio & Mensagem.
A Novalgina vem na segunda posição, com R$ 411 milhões e 28% de crescimento. Em terceiro lugar, o descongestionante nasal Decongex Plus, do Aché, movimentou R$ 322,2 milhões nas prateleiras. Foi o segundo MIP com maior crescimento entre os top 10 – 105%. É seguido de perto pelo Allegra, antialérgico da Sanofi, com R$ 317,6 milhões.
O sal de fruta Eno aparece na quinta colocação. A marca faz parte do portfólio da Haleon, farmacêutica 100% focada em consumer health e que iniciou operações em julho passado após cisão com a GSK.
Novos mercados ganham espaço na venda de MIPs
Além dos mercados de gripe e dor, que ganharam evidência na pandemia, outros nichos também impulsionam a venda de MIPs. Um dos exemplos é a presença inédita do Restylane, da Galderma, no rol dos mais comercializados. As farmácias brasileiras faturaram R$ 230 milhões com o preenchedor à base de ácido hialurônico.
Dados da consultoria McKinsey vão ao encontro dessa tendência ao apontarem que a harmonização facial fez o setor de procedimentos estéticos dobrar de tamanho em uma década. O crescimento até 2026 deve oscilar entre 12% e 14%.
Top 10 na venda de MIPs (em milhões de R$)
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/venda-de-mips-cresce-e-chega-a-276-bi/
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