O mercado farmacêutico na América Latina tem um líder cada vez mais soberano, que movimenta quase metade do volume de negócios.
O Brasil já responde por 47% do faturamento do setor na região, considerando a receita em dólares nos últimos 12 meses até fevereiro deste ano. O país subiu cinco pontos percentuais em relação aos números do mesmo período anterior.
De acordo com indicadores da IQVIA aos quais o Panorama Farmacêutico teve acesso, o montante geral chegou a US$ 85,6 bilhões (R$ 439 bilhões) e inclui tanto as vendas no varejo farmacêutico como as de medicamentos de especialidades no canal institucional. O crescimento foi de 12%.
Deste total, o mercado brasileiro gerou US$ 40,5 bilhões (R$ 208 bilhões) entre março de 2023 e fevereiro de 2024, ampliando consideravelmente a diferença para o vice-líder. A distância em relação ao México é de quase US$ 23 bilhões (R$ 118 bi).
Com US$ 17,7 bilhões (R$ 91 bi), o México totaliza 21% do faturamento e ocupa um patamar bem distinto na comparação com os demais países e regiões. Colômbia, Argentina e a América Central/Caribe, por exemplo, têm representatividade de 8%, 7% e 7%, respectivamente.
Especialidades puxam mercado farmacêutico na América Latina
O mercado farmacêutico na América Latina, apesar de testemunhar um avanço consistente de dois dígitos nas drogarias, tem sua evolução puxada sobretudo pelos medicamentos de especialidades.
Levando em conta a performance de 2023, enquanto os negócios no varejo tiveram alta de 10,1%, o segmento chamado de non retail registrou incremento de 18,1%. Essa classe de medicamentos perfaz 39% do faturamento geral.
E a indústria farmacêutica vem acompanhando atentamente essa tendência. Com incentivo especialmente dos laboratórios multinacionais, a América Latina recebeu aportes de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,6 bi) em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos nos últimos cinco anos, o maior montante em escala global. O Brasil foi destino de 32% desses recursos.
No caso do Brasil, o envelhecimento populacional vem sendo determinante para puxar o gasto com remédios de alto custo e, consequentemente, aumentar a demanda. Dados do IBGE apontam 32,9 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, número que já está acima do de crianças de até nove anos. Em uma década, a parcela da população com essa faixa etária subiu de 11,3% para 14,7%.
“Os medicamentos inovadores ganharam prioridade na agenda estratégica das farmacêuticas e vêm reforçando a rede de parcerias para melhorar a adesão aos tratamentos, destinando mais esforços em programas de suporte aos pacientes e parcerias com as distribuidoras para garantir maior capilaridade no acesso”, analisa Paulo Maia, presidente executivo da ABRADIMEX.
Mercado farmacêutico na América Latina
(representatividade por país ou região em bilhões de US$ e %)
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/mercado-farmaceutico-na-america-latina-2/
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