Estudo da IQVIA mapeou o potencial do mercado de cannabis medicinal em 12 das principais indicações em que há prescrição do produto no país. Na análise, que abrange todos os produtos vendidos no varejo farmacêutico, depressão e fibromialgia são as áreas terapêuticas mais valorizadas.

Nos últimos 12 meses até maio de 2024, foram comercializados 672 milhões de unidades de medicamentos entre as 12 patologias. No topo da lista está a fibromialgia, com 37% das prescrições. Já em valores, a depressão lidera a lista de prescrições, com 36% de representatividade e movimento de R$ 15,7 bilhões.

“É muito importante observar e analisar essas dinâmicas para entender quais as opções terapêuticas são mais promissoras para investimentos, seja em pesquisa clínica ou mesmo em visitação”, explica Daniela Queiroz, diretora da IQVIA, em apresentação durante o evento We Need to Talk About Cannabis.

Como analisar o potencial do mercado de cannabis

De acordo com Daniela, a indústria farmacêutica que pretende entrar ou crescer no mercado de cannabis medicinal deve refletir sobre algumas questões cruciais. “Será que é preciso maior aporte em educação médica, produzir material e evidência clínica para apresentar esse valor ao prescritor?“, questiona.

A executiva elenca abaixo as perguntas fundamentais que devem reger o setor farmacêutico na direção dos investimentos em cannabis no Brasil.

Onde as empresas devem investir

  • Qual área terapêutica se deve escolher para iniciar um estudo clínico?
  • Quais as indicações possuem melhores perspectivas para cannabis, pensando no que se tem disponível hoje e no benefício terapêutico?
  • Qual é a necessidade em cada indicação potencial, analisando que mesmo não sendo o medicamento principal de tratamento ele traz qualidade de vida não só para o paciente como para todo o seu entorno?
  • Qual o potencial financeiro para cannabis medicinal nas indicações e quantos produtos eu posso ter?

Qual o plano

  • Qual o impacto da doença hoje?
  • Quem paga pelas terapias hoje disponíveis? Algumas já tem o Estado, como no caso de São Paulo, arcando com parte desse pagamento.
  • Como a cannabis se insere nesse contexto?
  • Como o produto pode se posicionar nesse mercado?

Qual a estrutura?

  • Analisar onde estão os pacientes? É no Sul e no Sudeste? Norte e Nordeste tem menos visitação médica ou menor poder aquisitivo?
  • Quais médicos a indústria deveria visitar para promover o produto/indicação para que esse mercado se consolide? Hoje ainda tem muita insegurança de prescrição, não há um protocolo clínico claro e existe pouca quantidade de estudos para embasamento do médico.
  • Quais metas devo estabelecer para o time comercial? Quais KPIs devo utilizar para medir a minha efetividade? 

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/potencial-do-mercado-de-cannabis-em-12-areas/

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