Uma audiência pública organizada pela Comissão de Saúde da Câmara retornou a velha e perigosa tentativa de liberação da venda de medicamentos em supermercados. A proposta abrange a inclusão de remédios que não precisam de prescrição nas gôndolas de supermercados e estabelecimentos e estabelecimentos similares, como lojas de conveniência.
O encontro reuniu representantes dos dois principais setores envolvidos, possibilitando que os mesmos expusessem seus posicionamentos em relação à proposta. Favorável a medida, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados, João Galassi, reforçou o viés de interesse público:
“O retorno financeiro para o setor seria pouco relevante, mas representaria um ganho enorme para o consumidor“, comenta o executivo – “Isso seria um serviço adicional que, nós temos o entendimento, irá trazer um conforto maior ao consumidor, principalmente na questão do horário de compras e nas 10% das cidades brasileiras que não tem farmácias“, complementa.
O presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Fábio Basílio, posicionou-se contra a medida. “Ela vai gerar um grande desemprego na nossa categoria, porque supermercados e similares, como diz o projeto de lei, não terão a presença de um farmacêutico, gerando uma concorrência desleal com as farmácias e drogarias“, afirma o executivo.
“A Fenafar defende o medicamento como insumo fundamental para a garantia da saúde e da vida das pessoas, que não pode ser tratado como uma mera mercadoria, isso trará muitos danos à saúde pública da população, defendemos que o acesso aos medicamentos seja feito de maneira racional“, completou Basílio.
A relatora da proposta, Deputada Adriana Ventura (Novo-SP), afirma que o foco do congresso é viabilizar a proposta de uma maneira benéfica para todos: “O modelo que a gente vai adotar no Brasil é aquele que é possível, aquele que a gente consegue acordar com todas as partes, aquele que todo mundo vai sair satisfeito, o que é melhor para o cidadão de ter acesso. Se a rede precisará ter farmacêutico, é algo que precisamos construir, é um debate que precisa ser feito“, relata.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/venda-medicamentos-em-supermercados-2/
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