Medidas visam redução de prejuízos e segurança de profissionais e consumidores em meio à crise da Covid-19.
Se o consumidor não pode sair de casa, a alternativa é levar o produto ou o serviço até a casa dele. Diante da epidemia do novo coronavírus no Brasil, comércios de cosméticos e negócios de beleza buscam novas formas de chegarem até seus clientes e se manterem ativos durante essa crise, mesmo com suas lojas físicas fechadas.
Inaugurado no início de março em São Paulo, o salão Jacques Janine Casa Conceito se viu obrigado a fechar suas portas poucos dias depois, com o início das medidas de restrição social adotadas pelo governo estadual. A solução encontrada pela empresária Papila Ribeiro, proprietária de cinco unidades da rede, foi investir nos serviços em domicílio.
“Muitos dos nossos salões já oferecíamos esse tipo de serviço antes da Covid-19. Atendemos clientes que não podem sair de casa, por exemplo, em uma fase de pós-operatório, e também em eventos externos, como casamentos”, diz Ribeiro. “Implantamos este formato de trabalho no Jacques Janine Casa Conceito após criarmos uma cartilha de biossegurança, com base nas orientações sanitárias da OMS (Organização Mundial da Saúde), e passamos a oferecer todos os equipamentos de proteção individual para os atendimentos”.
De acordo com executiva, os protocolos mais procurados são os de corte e coloração dos cabelos, além de barba e podologia, mas as demandas ainda são baixas. “Nem todas nossas clientes regulares adotaram essa nova forma de atendimento. O faturamento está longe de ser o ideal. Não esperamos recuperar prejuízos, mas garantir que nossos profissionais possam continuar trabalhando e recebendo seus salários”, explica.
Mas à medida em que os dias de quarentena passam, aumenta o interesse por serviços de beleza em domicílio. Foi o que constatou uma pesquisa feita pelo Get Ninjas, o maior aplicativo de contratação de profissionais da América Latina. De acordo com o levantamento, a procura por cabeleireiros em domicílio cresceu mais de 100% em abril. Só na primeira semana do mês, a busca por manicures teve mais 30% de acréscimo, enquanto a solicitação por depilações em casa subiu 59%. “O que vemos é o surgimento de novos hábitos dos consumidores na contratação para esses tipos de serviços”, comenta o CEO Eduardo L’Hotellier.
Para quem vende produtos de beleza, além da possibilidade do e-commerce, surgiu nesta pandemia uma nova modalidade de trabalho: o delivery. “Investir no serviço de delivery foi uma estratégia para viabilizar o acesso aos nossos produtos e ajudar as lojas a manterem as vendas ativas, evitando ao máximo a queda do faturamento com os pontos físicos fechados”, afirma Olindo Carvezan Júnior, diretor da Água de Cheiro.
Ele explica como funciona o sistema, que privilegia o comércio local. “As equipes das lojas atendem os consumidores por telefone ou Whatsapp, que divulgamos em nossas redes sociais. Os produtos saem direto das lojas locais e são entregues pelas mesmas”. Segundo Carvezan Júnior, o serviço está disponível em mais de 40 lojas de diferentes cidades do Brasil.
Outra marca de cosméticos que apostou neste modelo foi a Mahogany. “A demanda por produtos cosméticos não cessa. As pessoas necessitam de sabonetes, shampoos e outros itens que são vitais para o dia-a-dia. Entendemos esta necessidade e adaptamos o sistema das lojas para atender da forma mais cômoda e apropriada”, afirma o gerente de marketing Brian Drummond.
Como os pedidos são feitos nas lojas mais próximas dos consumidores, ele diz que a maior parte das compras sai diretamente das unidades franqueadas ainda no mesmo dia. “Este momento só nos forçou a acelerar aquilo que era inevitável: o omnichannel. Devemos estar disponíveis onde e quando nosso cliente deseja”, finaliza.
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