O grande varejo farmacêutico teve crescimento de 18% no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias). As 26 empresas que compõem a entidade faturaram R$ 32,5 bilhões neste período.
De 2019 para 2020, o crescimento foi mais tímido: de 8,8%, mesmo considerando o pico de demanda do início da pandemia, informou a Abrafarma. Em todo o ano de 2020, as farmácias da entidade faturaram R$ 58,2 bilhões.
A operação de delivery e e-commerce faturou R$ 1,27 bilhão e foi a que mais cresceu, com alta de 72,51% no primeiro semestre. “A participação do digital no volume geral de vendas ainda é pequena, mas aumentou de 2,6% para 3,9% no período de um ano e deve se manter como tendência”, comentou Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.
Em 2020, o distanciamento social imposto pela pandemia fez com que o segmento crescesse 137,11% em relação ao ano anterior e superasse R$ 1 bilhão pela primeira vez. No ano passado, a operação de delivery e e-commerce faturou R$ 1,77 bilhão e ampliou a sua representatividade de 1% para 3%.
O ano também marcou a introdução dos testes rápidos nas farmácias. No total, foram realizados 2,5 milhões de testes nas farmácias que integram a Abrafarma.
‘O grande varejo viveu em poucos meses uma transformação de cinco anos em função da Covid-19 e do novo perfil do consumidor, muito mais digital e objetivo nas suas compras. E as farmácias ganharam relevância nesse contexto’, acrescenta Barreto.
Os serviços farmacêuticos tiveram um aumento expressivo de 760% nas salas, tendas de teste rápido e nos veículos (chamados de Farmamóveis) da rede de farmácias londrinense Vale Verde em 2020. “Com a pandemia, atendemos milhões de clientes fizemos muitos testes, melhorando o acesso à saúde. A farmácia tornou-se polo de assistência e atenção primária da saúde, e o farmacêutico assumiu seu papel posicionando a farmácia como parte da jornada de saúde do paciente”, disse Ana Carolina Augusto, presidente executiva da Vale Verde.
A rede também registra crescimento percentual em produtos e categorias como medicamentos genéricos de 25% ao ano e curva crescente de 50% na comercialização de marcas.
Embora o setor também tenha sido impactado pela crise trazida pela pandemia do novo coronavírus, agregar novos serviços fez a diferença para o setor, opina Rodrigo Ferreira, gerente distrital da rede de farmácias gaúcha São João.
Assim como outras redes de farmácias, a São João apostou em 2020 no e-commerce para poder chegar até o cliente, que estava cumprindo isolamento social, e também na oferta de serviços clínicos farmacêuticos, principalmente os testes de Covid, com a presença de farmacêuticos nas unidades. “Com a pandemia, intensificamos a oferta de serviços clínicos farmacêuticos e surgiu a oportunidade de prestar o serviço de testagem. Somos a rede com o maior número de salas de serviços clínico farmacêuticos. Mas de 70% da nossa rede possui esses serviços”, diz Ferreira.
A rede de farmácias anunciou que, até 2022, pretende abrir mais 19 farmácias em Londrina, com geração de 500 empregos e investimento de R$ 1,8 milhão por unidade. A primeira loja da rede foi inaugurada na cidade no final do ano passado. A expansão deve começar no final de outubro, quando está prevista a inauguração da segunda unidade na Avenida dos Pioneiros.
No total, a rede de farmácias tem cerca de 900 lojas espalhadas pelo Rio Grande do Sul, onde nasceu, em Santa Catarina e no Paraná. A expansão no Estado começou no final de 2019. “Fizemos um projeto arrojado e aí fomos pegos de surpresa pela pandemia. Mas não por isso deixamos de investir, claro que de forma cautelosa”, contou o gerente distrital.
No ano passado, a rede de farmácias encerrou com 43 farmácias abertas no Paraná, e em 2021 a previsão é finalizar o ano com 30 novas unidades. Em 2022, a expectativa é chegar às 100 lojas em todo o Estado.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/varejo-de-farmacias-cresce-18-no-primeiro-semestre/
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