O Grupo Pão de Açúcar decidiu manter o teto de seus investimentos no país, de até R$ 2 bilhões em 2014, mas o projeto de expansão orgânica, com abertura de lojas, é um dos mais agressivos de sua história. Com custos em alta, que encarecem os desembolsos, o GPA precisa gastar melhor os recursos. “É algo que o grupo sempre fez, mas colocamos foco maior nisso”, disse ontem ao Valor Christophe Hidalgo, seu diretor financeiro.

Em 2013, o GPA fez investimentos totais de R$ 1,85 bilhão e pouco mais de 40% foram aplicados em novas lojas e terrenos. No ano passado, foram inauguradas 128 lojas. Para 2014, a soma é de até R$ 2 bilhões em investimentos e previsão de 218 aberturas (média anual baseada na estimativa de 655 inaugurações de 2014 a 2016). No primeiro semestre deste ano foram abertas 46 lojas no grupo.

O volume médio de pontos previstos, portanto, é 70% maior para o mesmo teto de investimentos. Porém, boa parte das lojas é de pequeno porte, logo, com investimentos menores. O GPA prevê 400 lojas entre supermercados, hipermercados e unidades do Minimercado Extra de 2014 a 2016. Noventa por cento serão lojas de vizinhança, apurou o Valor, que custam até R$ 1 milhão. Além disso, nessa conta entram as lojas da Via Varejo, que consomem poucos recursos – uma Casas Bahia não custa mais de R$ 2,5 milhões. “Com a economia andando de lado, é hora de ocupar espaços”, disse Ronaldo Iabrudi, CEO do GPA, ontem.

Na teleconferência, o executivo detalhou ações para “otimizar capital”. Segundo ele, lojas terão normas mais claras de padronização, que podem gerar economias no projeto. É o caso piso, adaptado para determinado impacto, e da compra de equipamentos.

“Será que é preciso comprar um ar-condicionado mais caro, que refresca uma área de 200 metros quadrados, se preciso de equipamento para uma área menor? É sempre possível repensar gastos”, diz Hidalgo.

Em termos de conversões de pontos, que exigem menos desembolsos do que aberturas, o GPA informou, ontem, que planeja transformar alguns supermercados Extra em Pão de Açúcar neste ano. O Valor apurou que, pelo menos, nove Extra podem ser alterados. Um supermercado custa de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões, e uma reforma consome até um terço disso. Também há unidades do Minimercado Extra que devem se tornar Minuto Pão de Açúcar em 2014.

Números do segundo trimestre do GPA ficaram dentro do previsto pelo mercado e avaliados como positivos. Ações PN subiram 2,31%, ontem. O lucro líquido do grupo subiu 26,3%, para R$ 407 milhões. A receita líquida cresceu 13,4%. A margem bruta caiu 0.3 ponto, para 26%. A relação entre receita e despesas passou de 21,9% para 19%.

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3625950/pao-de-acucar-busca-gasto-mais-eficiente#ixzz38lMsWNIc

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