Na contramão da recessão, o mercado farmacêutico, mais precisamente das farmácias de manipulação, vem conquistando bons resultados em todo o País. Com cerca de 7.200 farmácias espalhadas pelo território nacional, de acordo com dados do Conselho Federal de Farmácia, o setor magistral tem acreditado cada vez mais na personalização dos medicamentos, evitando custos desnecessários e até mesmo o desperdício dos remédios, ao adotar dosagens e formatos específicos que vão desde cápsulas a medicações manipuladas em forma de pirulitos, chocolates e petiscos que suprem, inclusive, a demanda dos pacientes pets.
Composto majoritariamente por micro e pequenas empresas, o setor gera cerca de 90 mil empregos diretos. Conforme o Panorama Setorial da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), 94% dos empreendimentos estão enquadrados no regime tributário do Simples, sistema simplificado para arrecadação de tributos, movimentando cerca de R$ 5 bilhões ao ano com a venda de medicamentos, cosméticos e demais produtos manipulados.
De acordo com o diretor executivo da Anfarmag, Marco Fiaschetti, a farmácia de manipulação no Brasil é referencia no mundo. “Em nenhum lugar se manipula a variedade de produtos que manipulamos ou se é tão organizado. No País, contamos também com a legislação mais exigente que existe, para que o produto tenha a segurança e a eficácia garantida”. Ainda conforme Marco, em 2015, apenas 27% dos proprietários de farmácias de manipulação declararam ter sofrido uma diminuição no faturamento do ano anterior. 2/3 ou teve aumento ou conseguiu manter o nível de faturamento.”Quando a gente compara com outros setores da economia, mostra que tivemos essa resiliência, muito provavelmente por que a farmácia vende um produto essencial. Na crise, consumidor pode trocar marcas de eletrodomésticos, mas saúde ele prioriza”, acrescenta.
Uma das líderes do mercado no Nordeste, a Roval, empresa genuinamente pernambucana, possui atualmente 31 unidades presentes em várias cidades da Região. Assim como no cenário nacional, a marca tem vencido o período de crise econômica, alavancando um crescimento de 15% entre o ano passado e este ano.
Praticidade na hora de medicar
De olho na rotina do seus clientes, a Roval tem inovado no que diz respeito à personalização das formas farmacêuticas. Dentre as novidades, remédios em forma de chocolate, jujubas e pirulitos, com farmácia exclusiva para pets e medicamentos na forma de petiscos aromatizados. Vitaminas e outros tipos de medicamentos ganharam novas formas sem qualquer perda medicinal, transformando a inconveniência de andar com um estojo repleto de cartelas de comprimidos, por exemplo, na praticidade de um remédio em sachê, num gel aplicado rapidamente sobre a pele ou num pirulito que é facilmente digerido pelas crianças.
“A manipulação tem um novo conceito, visa diferenciar e personalizar o tratamento, a gente entende que cada pessoa é diferente e, baseado nisso, existe a necessidade de criação e inovação. Não é fácil, por exemplo, medicar uma criança; muitas ficam arredias, o que dificulta a conclusão de um tratamento. Nós tentamos tornar a medicação algo mais agradável”, explica a farmacêutica Sarah Luna, ligada ao grupo.
Além de ajudar na hora de medicar as crianças, a farmácia de manipulação pernambucana também tem conquistado espaço no cotidiano de atletas e no preenchimento das necessidades específicas da receita médica de cada paciente. “A gente desenvolveu um ‘chocolate terapêutico’, nele colocamos um ativo que dá a saciedade, o que já inibe o apetite excessivo. Paciente idosos, que geralmente têm dificuldades em ingerir cápsulas, podem adquirir medicantes em forma de sachês que, quando misturados à água, se transformam num shake, além de cápsulas vegetais para pacientes veganos. Todas essas formas são criadas a partir das necessidades dos próprios pacientes”, pontua Sarah.
A atual lista de novas formas farmacêuticas da Roval ainda conta com iogurtes, sopas proteicas, refresco, géis, gomas, chicletes e jujubas, essa última feita à base de gelatina, altamente flavorizada e de fácil mastigação, o que ajuda para mascarar os sabores mais fortes dos ativos da medicação. A rede também disponibiliza medicamentos para cães e gatos, entrando num mercado que tem movimentado cerca de R$ 17 bilhões ao ano. Entre as formas disponíveis estão biscoitos caninos nos sabores churrasco, frango, carne, fígado, peixe, além de uma pasta oral palatável, que facilita a medicação dos gatos.
Segundo o CEO da empresa, Charles Tokarski, o procura pelos novos tipo de medicamento tem crescido conforme a tendência de individualizar o tratamento.”A gente trabalha com muito esforço para mostrar aos médicos que o paciente precisa de uma forma farmacêutica ideal para o tratamento se tornar possível. Se calibrar bem o jeito que você vai tomar, a adesão vai ser melhor, mais facilitada. Essas alternativas têm feito muito sucesso”.
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