Segunda quinzena de janeiro. Essa é a previsão do varejo farmacêutico para que os estoques de antigripais e demais medicamentos usados no combate aos sintomas de Influenza H3N2 e Covid-19 sejam normalizados. As informações são do Valor Econômico.

A indústria farmacêutica também se movimenta para normalizar esses gargalos o mais rápido possível. Dentre as medidas estão a reprogramação da produção, fabricando os antigripais no lugar de outros remédios com baixa demanda nessa época, e também o adiamento de férias coletivas.

O CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, explica o porquê deste desabastecimento. “Foi algo completamente inesperado, por causa de ‘mix’ de síndrome gripal e covid, que não estava no planejamento de ninguém. Normalmente, nós só vemos demanda alta nas lojas após maio, e por isso os níveis de produção da indústria estavam normais, para uma procura menor”, comenta.

Já Edison Tamascia, presidente da Febrafar, apontou que a entidade alertou os associados sobre o risco de desabastecimento. “Mas acho que houve um conservadorismo do setor como um todo. Um aumento na produção ou nas compras na época, ainda sem sinal claro do que vivemos hoje, elevava o risco de acúmulo de estoque”, diz.

Tamascia também elucidou o porquê de a produção não ter sido ampliada quando o surto de gripe começou no Rio de Janeiro, em novembro do ano passado. “O problema de elevar a produção quando um estado ou outro tem um surto é produzir demais e ficar estocado. Isso também ninguém quer”, aponta.

Os produtos em falta pelo surto
Antibióticos, antitérmicos e xaropes são os medicamentos mais afetados pela alta procura, é o que afirmam as redes de farmácias. “Falta no Brasil todo, mas são produtos pontuais e loja a loja”, explica Tamascia.

Quanto à normalização do estoque, Tamascia e Barreto discordam. O primeiro julga que apenas em fevereiro a situação se normalizará, enquanto o segundo é mais otimista e crê que a demanda será atendida na primeira quinzena de janeiro.

Indústria prevê produzir em dobro
Felipe Cautella, diretor do Grupo NC, estima que a produção dos remédios utilizados no combate aos sintomas da gripe deva dobrar ainda neste mês. Também segundo o executivo, medicamentos para diabetes e hipertensão, que não vivem problemas com desabastecimento, serão produzidos apenas na segunda quinzena, para turbinar a fabricação dos antigripais.

Para exemplificar os esforços da farmacêutica, Cautella aponta que, um expectorante que tem produção nesta época na casa de 200 mil unidades/mês, terá sua fabricação ampliada para 2 milhões de unidades até o fim de janeiro.

O diretor compara o momento ao começo da pandemia. “Não é uma demanda normal, é um movimento parecido com março de 2020, no início da pandemia, com a corrida nas farmácias para compra de medicamento”, comenta.

Alta demanda também por testes
E não são apenas os antigripais que estão sendo altamente procurados. Segundo a Abrafarma, na última semana de dezembro, foram realizados 283 mil testes de Covid. A média semanal de 80 mil a 90 mil testes, registrada nos últimos meses, foi em muito superada.

“Na primeira semana de janeiro, isso deve ter superado os 300 mil”, indica Barreto. A entidade, apenas na última quinta-feira, 5, emitiu 60 mil laudos de testes.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/canal-farma-programacao-antigripais/

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