Quinta maior do segmento no país, companhia quer dobrar faturamento nos próximos anos
A história de Miguel Bartolomeu poderia ter sido igual à de milhares de imigrantes italianos vindos para o Brasil no século passado. Mas com a veia privilegiada do empreendedorismo, ele transformou a Tecidos e Armarinho Miguel Bartolomeu, inicialmente instalada em Ponte Nova, na quinta maior rede atacadista do Brasil segundo a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad).
Agora, nas mãos dos herdeiros, a empresa familiar, com sede em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, mantém a perenidade do negócio que faturou R$ 2,4 bilhões em 2016 e tem planos de dobrar a receita nos próximos anos por meio da expansão no segmento de atacarejo.
O gerente comercial da Tambasa Gustavo Bartolomeu Recchioni, 38, bisneto de Miguel, conta que a Tambasa terá 20 lojas de atacarejo no Brasil. “Se tivéssemos hoje essas 20 lojas vendendo R$ 12 milhões por mês em cada uma, nós dobraríamos nosso faturamento e faturaríamos mais de R$ 5 bilhões”, calcula.
“Estrategicamente, nosso caminho para crescer no faturamento será no atacarejo”, acrescenta Bartolomeu, no modelo que vende para o pequeno varejista e diretamente para o consumidor final.
Nova loja. Para atingir essa meta, a Tambasa inaugurou há cinco meses uma nova loja na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas). A antiga unidade, instalada desde 1992 na CeasaMinas, tinha 1.500 m² e 7.000 itens.
Com um quadro de 140 funcionários que chegará a 250 pessoas ainda neste ano, foram investidos R$ 30 milhões na nova estrutura de 5.000 m², 12 m de altura, 16 mil itens – num mix de produtos de construção, do lar e do campo – e estacionamento para 140 veículos.
O segundo atacarejo da Tambasa já está em construção e será inaugurado, segundo Bartolomeu, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. As outras unidades já estão em estudo de implantação, e a localização vai depender do Produto Interno Bruto (PIB) da região, da logística e de outros fatores. “Serão lojas no Brasil todo”.
Desempenho. Com 150 mil notas fiscais emitidas por mês, a Tambasa registrou um crescimento de 8% em 2016 ante o resultado de R$ 2,2 bilhões de 2015. Em 2017, a meta é atingir os R$ 2,650 bilhões. “Somente em janeiro deste ano, com toda a dificuldade financeira do país, crescemos 14% em relação a janeiro passado, vendendo R$ 222 milhões, e batemos recorde de vendas na história da empresa”, comemora Bartolomeu.
GRANDES NÚMEROS
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Matriz da empresa teve R$ 70 milhões de investimento
Enquanto a Tambasa se prepara para crescer no segmento de atacarejo, ao mesmo tempo, a atacadista mineira também passou por uma modernização em sua matriz, em Contagem, de onde são distribuídos todos os produtos para a rede varejista de compradores. Foram investidos R$ 70 milhões no espaço, sendo R$ 35 milhões no maquinário e outros R$ 35 milhões no novo galpão de 30 mil m².
O maquinário alemão é composto por robô inteligente, que faz a interligação do galpão antigo com o novo. “O maquinário tanto armazena quanto separa a mercadoria. É agilidade na entrega e maior segurança”, conta o gerente comercial da Tambasa Gustavo Bartolomeu Recchioni.
Tamanho. Atualmente, a sede da atacadista mineira tem 110 mil m² de área construída, em uma área total de 220 mil m² na sede em Contagem, onde a empresa está desde 1999. “Lá está 100% da mercadoria que sai para o Brasil inteiro, para todos os Estados”, explica Bartolomeu.
Hoje, a capacidade de armazenamento da Tambasa é de 110 mil palets e outras 20 mil caixas de produtos – que são os chamados “endereços”.
Com mil fornecedores da indústria, Bartolomeu conta que a Tambasa vende 25 mil itens divididos em três segmentos de produtos: construção, do lar e do campo – sendo que 60% das vendas são referentes a material de construção.
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