Dinheiro será usado para a rede entrar no Rio Grande do Sul e para construir pequenas centrais hidrelétricas.
O empresário Luciano Hang, dono do grupo Havan, anunciou um novo pacote de investimento bilionário: quase R$ 2 bilhões. O dinheiro será usado para a rede de departamentos entrar no Rio Grande do Sul, um dos poucos estados em que ainda não está presente, e para construir um complexo de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no estado gaúcho.
O grupo planeja investir cerca de R$ 1,5 bilhão para construir até 50 megalojas Havan nos próximos anos no Rio Grande do Sul. Segundo Hang, mais de 200 cidades do estado já se mostraram interessadas em receber uma unidade da rede. O objetivo é fechar os primeiros contratos ainda neste ano e inaugurar até o fim de dezembro as três primeiras lojas no estado.
Hang explica que a Havan, apesar de ser fundada em Santa Catarina e ter a cidade catarinense de Brusque como sede, nunca conseguiu entrar no estado vizinho devido à burocracia e por questões políticas. “Pensamos em colocar uma loja no Rio Grande na década de 1990, mas os políticos da época e a burocracia do estado fizeram com que nós nos sentíssemos desencorajados a investir. Nada andava. Saímos para nunca mais voltar.”
O empresário diz que a situação mudou com o atual governo, que convidou o grupo a apresentar uma proposta de investimento para o estado. Ele esteve em Porto Alegre na semana passada, quando oficializou a intenção de investir no estado e agora está prospectando os primeiros contratos para a região.
Pequenas centrais hidrelétricas
Além das lojas, o grupo Havan planeja terminar a construção de um complexo de pequenas centrais hidrelétricas no estado. O complexo vai ter quatro PCHs e gerar 63 megawatt (MW) de energia. A intenção é vender parte da energia gerada no mercado livre, parte para abastecer as lojas e o restante comercializar em leilão. O investimento total no projeto é de R$ 400 milhões.
A ideia de construir o complexo no Rio Grande do Sul começou há 10 anos, quando foi comprado um terreno na região entre os municípios de Quevedos, Júlio de Castilhos e São Martinho da Serra. O empresário afirma que já investiu R$ 100 milhões no projeto, entre o terreno e projetos, mas até o momento não conseguiu a licença de implantação, que permite a construção do complexo.
Hang acredita que deve conseguir a licença neste ano para dar início a construção das PCHs. Depois, serão necessários três anos para concluir as obras e ter, então, o complexo em funcionamento.
Além desse projeto em andamento, o grupo Havan tem outras três pequenas centrais hidrelétricas em funcionamento. A primeira foi construída no município gaúcho de Frederico Westphalen, em 2002, com capacidade para gerar 10 MW, e duas em Santa Catarina, nas cidades de Braço do Norte e Rio Fortuna. As PCHs catarinenses geram, juntas, 10 MW.
O empresário explica que resolveu apostar no mercado de centrais hidrelétricas depois que o governo liberou, em 1997, a exploração desses complexos. “Naquele momento, pensamos em fazer outros investimentos que não fossem em varejo e as PCHs eram um negócio novo. Fora que o Brasil é rico em geração de energia a partir de hidrelétricas.”
Apesar do interesse na área, Hang diz que o projeto em andamento no Rio Grande do Sul deve ser o último da rede na área, porque, apesar de lucrativo em longo prazo, é muito burocrático.
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