O presidente mundial do Carrefour, Georges Plassat, descartou ontem em Paris a possibilidade de o empresário Abílio Diniz ter uma cadeira no conselho de administração do grupo francês ou indicar o nome de quem assumirá o comando da varejista no Brasil.

“O sr. Diniz é apaixonado pelo Carrefour há muito tempo. Se ele quiser ser acionista do grupo, ele pode comprar ações na bolsa como qualquer pessoa. As hipóteses levantadas por alguns em relação ao comando do Carrefour no Brasil não têm o menor fundamento e estão totalmente equivocadas”, disse Plassat ao Valor em Paris.

Georges Plassat: "O sr. Diniz é apaixonado pelo Carrefour há muito tempo"
Georges Plassat: “O sr. Diniz é apaixonado pelo Carrefour há muito tempo”

“A direção do grupo no Brasil é extraordinária”, acrescentou o CEO, ressaltando que não há intenção de mudá-la. O executivo foi um dos palestrantes do evento sobre a economia brasileira organizado pela revista britânica “The Economist”, que ocorreu no hotel Shangri La em Paris.

Fontes ligadas à empresa afirmam que Diniz não possuiria mais de 1% das ações do grupo francês Carrefour. A varejista e seu CEO devem ser informados pelo comprador dos títulos cada vez que a faixa de 1% for ultrapassada, conforme prevê o estatuto da companhia. Até o momento, os dirigentes do Carrefour não foram informados de que Diniz deteria mais de 1% das ações do grupo francês, ressaltaram essas fontes.

“Só se o Diniz não tiver respeitado a norma e tiver adquirido mais de 1% das ações sem informar o grupo”, afirmou uma dessas pessoas. Mas as operações podem ter sido feitas por veículos de investimentos criados com essa finalidade e, nesse caso, o nome de Diniz não apareceria.

O presidente do Carrefour disse ter tido contatos com Diniz, ex-dono do Grupo Pão de Açúcar e atual presidente do conselho de administração da empresa de alimentos BRF. “O sr. Diniz fala com todo mundo”, afirmou Plassat, minimizando a importância dessas conversas.

O Valor publicou na edição de ontem que o empresário brasileiro vem comprando ações da rede francesa e já obtém participação de mais de 1%, segundo fontes do setor. Além disso, pode vir a ter influência direta na gestão da companhia. Procurada, a assessoria de imprensa de Abilio Diniz afirmou que não comenta rumores.

Em março, Plassat havia afirmado que o grupo francês poderá realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO) ou vender uma participação da filial brasileira. Segundo o executivo, “tudo é possível” desde que o grupo francês mantenha o controle da filial no Brasil. O objetivo, com a operação, é levantar recursos para “levar adiante a política de desenvolvimento do grupo” no país, disse Plassat na época.

Durante o evento de ontem em Paris, Plassat demonstrou otimismo em relação às atividades da rede no país. “Apesar da economia brasileira estar desacelerando, o Brasil continua sendo um grande mercado para o grupo”, afirmou para uma plateia de empresários e autoridades. O Brasil já é o segundo maior mercado do Carrefour, atrás apenas da França.

Segundo Plassat, a varejista prevê aumentar seus investimentos no Brasil em novas lojas e desenvolvimento do comércio on-line.

O presidente mundial também prevê expansão dos negócios no Nordeste e reiterou que o grupo continuará tendo uma oferta de lojas multiformato, com o Atacadão (rede de “atacarejo”, que vende para empresas e pessoas físicas), hipermercados e supermercados de bairro.

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3546552/carrefour-diz-que-abilio-nao-tera-influencia-sobre-gestao#ixzz31smq5HR8

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