O número equivale à metade dos empregados da empresa, que conta com 22 mil colaboradores. Rede tem 141 lojas no país
O grupo Havan, que pertence ao empresário Luciano Hang, um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), suspendeu o contrato de trabalho de 11 mil funcionários. Isso equivale à metade dos empregados da empresa, que conta com 22 mil colaboradores.
Em nota, a Havan confirmou que “foi uma das primeiras empresas a utilizar a Medida Provisória (MP) 936/2020, que permite a suspensão do contrato de trabalho por até 60 dias”.
Hang afirma na nota que está “fazendo o máximo” para assegurar as vagas. “Estamos fazendo tudo o que é possível para manter os empregos. É primordial que as empresas trabalhem nesse sentindo. Somente assim conseguiremos atravessar esse período de dificuldades, mantendo os empregos e a renda dos colaboradores”, declarou.
Ele ainda rebateu acusações de que teria demitido 2 mil pessoas. “É mentira. Isso é obra dos sites de esquerda que estão articulados para desestabilizar o Brasil”, afirmou.
A medida atinge principalmente as lojas que estão fechadas em Santa Catarina. No fim de janeiro, a Havan divulgou ter obtido faturamento de R$ 10,7 bilhões em 2019. A rede encerrou o ano com 141 lojas em operação.
Entenda
De acordo com o Ministério do Trabalho mais de 1 milhão de trabalhadores já tiveram a jornada de trabalho reduzida ou contrato de trabalho suspenso com a crise causada pelo novo coronavírus, o que é permitido pela Medida Provisória (MP) 936 .
Os trabalhadores nessa situação recebem um benefício emergencial equivalente a uma parte do seguro-desemprego. A empresa paga 30% do salário do funcionário afastado, e o governo complementa o restante com 70% do seguro.
Pela MP, o valor do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda tem “como base de cálculo o valor mensal do seguro-desemprego a que o empregado teria direito” caso tivesse sido demitido sem justa causa. Ao aderir aos benefícios, a empresa garante aos funcionários quatro meses de estabilidade, sendo dois da suspensão e mais dois após o vencimento do benefício.
No total, o governo estima que até 24,5 milhões de trabalhadores devem receber os benefícios emergenciais, sendo impactados pelas reduções de jornada e salário ou suspensão de contratos. O número equivale a 73% do total com carteira assinada no país.
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