Com a demanda interna ainda retraída, as fabricantes de alimentos decidiram reforçar suas apostas em marcas mais tradicionais para obter crescimento de vendas em 2017.
Segundo executivos ouvidos pelo DCI, embora no ano passado a expectativa fosse de melhora gradual da demanda, as encomendas ainda não registram recuperação efetiva. Com o varejo evitando a formação de estoques, a oferta de marcas tradicionais, aliada a produtos com novas apresentações, tem sido a solução.
“O primeiro trimestre se apresentou muito similar a 2016. Tivemos um recuo nos volumes de venda em janeiro e alguma recuperação das vendas em fevereiro e março, mas abril voltou a se mostrar difícil”, conta o diretor comercial e de marketing da CRS Brands, Lourenço Filho.
Ele acredita que os brasileiros continuarão com a lista de compras restrita e o varejo, consequentemente, manterá as encomendas enxutas.
“Acreditamos que este será mais um ano conservador e difícil. E estamos concentrando investimentos nas nossas principais marcas, que são tradicionais no mercado”, revelou o diretor da CRS, dona das marcas de vinho Dom Bosco e da sidra Cereser. A expectativa dele é crescer 10% em volume este ano.
A Biscoitos Bela Vista, centenária no mercado de alimentos, também optou por investir no aumento de produção das marcas mais conhecidas, além das pequenas porções.
“Acho que 2017 está se tornando mais desafiador que o ano passado. Porque continuamos pensando que a economia no segundo semestre estará mais equacionada, permitindo um crescimento maior, mas isso ainda não apareceu nas vendas”, afirma o diretor executivo da Biscoitos Bela Vista, Jorge Conti.
Além do receio quanto a demanda, os varejistas continuam evitando a formação de estoques pelo custo do crédito, que permanece elevado, observa ele. “Ninguém quer se endividar ou pagar o alto custo dos juros para um estoque que não gira com tanta rapidez.”
Conti planeja ampliar em até 8% o faturamento neste ano, com alta de até 4% no volume de vendas. “O mercado de biscoitos encolheu no último ano, mas estamos conseguindo nos manter como um ponto fora da curva. Mas esse cenário [econômico] limita o crescimento”, comenta ele.
Novidade
Já a Peccin, fabricante gaúcha de doces e balas, está apostando na compra por impulso e em embalagens pequenas para elevar as vendas este ano.
“Nosso foco é a compra do chocolate por impulso e que oferecem um desembolso atrativo para o brasileiro”, acredita o gerente de marketing da empresa, Carlos Speltri.
Na avaliação dele, se antes a demanda era forte em barras de chocolate em formatos maiores, agora a tendência é de migração para o produto em menor formato e preço. “Estamos confiantes com a melhora do mercado neste ano e esperamos crescer 20% em faturamento, o que é bastante agressivo”, conta o executivo.
A Superbom também está concentrada nas novas tendências de consumo, como em embalagens em porções menores e alimentos mais saudáveis para garantir as vendas.
“Sempre estamos lançando novos produtos e temos visto que o ticket médio de produtos saudáveis é maior que os regulares”, comentou o gerente de marketing da Superbom, David Oliveira.

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