O Brasil está chegando ao final de seu segundo mês de distanciamento social devido à pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19). De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Vinicius Andrade, o número de infectados e mortos é significativo, são mais de 12 mil vidas perdidas e a curva vai continuar sendo crescente nos próximos dias.
Isso vai trazer um impacto muito grande à economia brasileira, mas no setor farmacêutico como um todo, é bem menor. Em março, último, as vendas tiveram picos fortes, houve um grande aumento de demanda, justamente porque as pessoas não sabiam exatamente o que ia acontecer e acabaram comprando em quantidade para fazer armazenamento em suas residências. “Já em abril, vimos uma pequena desaceleração, mas com certa estabilidade.”
Os produtos de maior demanda são aqueles que estão diretamente relacionados à sazonalidade proporcionada pela pandemia, entre eles, os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) destinados ao controle e prevenção de imunidade, gripe, resfriado e tosse (dipirona e paracetamol, além de itens como suplementos vitamínicos, especialmente as vitaminas C e D). Itens de higiene e perfumaria registraram quedas. “A categoria de MIPs é bastante ampla e uma das suas subcategorias são os produtos aliados da imunidade. Principalmente neste momento de Covid-19 essa categoria mostra-se extremamente importante para a população, pois contribui fortemente para a prevenção”, diz Andrade.
De acordo com dados IQVIA, com informações de mercado entre março e abril, o crescimento foi de 28,9% e nas duas primeiras semanas de abril, queda de 7,1%.
Para a Abradilan, os MIPs são produtos de suma importância. Em algumas subcategorias, os associados possuem alta participação de mercado como MIP Genérico, com 41% de market share; e MIP Trade, com 50% de market share. Somando todas as subcategorias de MIPs (Genéricos, Marca e Trade) a categoria de MIP representa em torno de 25% na Abradilan (PPP).
O presidente da Abradilan enfatiza ainda que o momento exige bastante atenção pois o mercado reage de forma diferente a cada dia. Ele ressalta que não haverá desabastecimento de medicamentos. “As indústrias farmacêuticas são unânimes ao dizer que não haverá ruptura. Os laboratórios estão bem abastecidos. Pode ser que aconteça pequenos atrasos em produtos de alta demanda, por conta do aumento da procura e não por falta de matéria-prima ou capacidade produtiva. A indústria farmacêutica tem feito uma força-tarefa importante para aumentar a produção de itens relacionados à prevenção e ao tratamento do Covid-19 visando atender o aumento da demanda da população.”
Andrade pontua que todos os itens relacionados à prevenção e tratamento do novo coronavírus tiveram um importante aumento de produção. O crescimento de cada item depende da capacidade de produtiva de cada indústria. “Temos itens cuja produção aumentou mais de 300% visando esta nova demanda que surgiu.”
Fonte: https://pfarma.com.br/coronavirus/5599-canl-farma-coronavirus.html
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