Um novo estudo global propôe uma nova abordagem para identificar um tratamento eficaz conta a doença causada pelo novo coronavírus. A pesquisa é liderada pela da Universidade da Califórnia em São Francisco, em parceria com a Escola de Medicina Icahn em Monte Sinai, também nos Estados Unidos, e do Instituto Pasteur, na França.
Nevan Krogan, coautor do estudo, afirma que a pesquisa estuda medicamentos atualmente usados para tratar outras doenças, como câncer e doenças neurodegenerativas. Ele participou de uma conferência online realizada pela BayBrazil, organização sem fins lucrativos dedicada a conectar ecossistemas de profissionais e negócios do Brasil e dos Estados Unidos.
De acordo com o pesquisador, a metodologia consiste em identificar proteínas encontradas no corpo humano com as quais o vírus interage para nos infectar. Assim, é possível identificar medicamentos já existentes que podem inibir a produção dessas proteínas e elaborar uma lista de remédios que possivelmente combatem o coronavírus.
“Fizemos um mapeamento e identificamos cerca de 300 proteínas humanas que poderiam interagir com os 30 genes virais relacionados a Sars-CoV-2”, afirma Krogan. A partir desse mapeamento, os pesquisadores encontraram 69 medicamentos com potencial para tratar o coronavírus, sendo alguns deles aprovados e outros em fase de estudos clínicos. Para a pesquisa, os especialistas utilizaram células de macacos infectados com coronavírus.
Krogan acredita que pode demorar até um ano e meio para que uma vacina contra a covid-19 fique pronta, mas que até o final do ano será possível identificar medicamentos já existentes para o tratamento de outras doenças que possam ser usados no combate à covid-19. “Nunca antes tivemos tantos cientistas focados em um único problema, por isso sou otimista.”
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