Um levantamento inédito com 75 CEOs do varejo farmacêutico nacional revelou que 76% dos entrevistados acreditam em uma crise prolongada causada pela pandemia do novo coronavírus. Em contrapartida, 49,3% apostam que as vendas continuarão a subir, enquanto a preocupação com a saúde e o bem-estar dos funcionários e colaboradores ganha importância na agenda dos executivos.
As entrevistas foram conduzidas por Fernando Ferreira, especialista em gestão comercial de empresas do canal farma. “É importante constatar que o setor está atento à abrangência dessa crise, que pode manter as vendas aquecidas, mas ao mesmo tempo tende a impactar negativamente na receita. Novas medidas terão de ser adotadas para valorizar a operação das farmácias e até reinventar o negócio quando a turbulência passar”, avalia.
Questionados sobre o tempo de duração da crise, apenas 24% entendem que ela terá força apenas durante 30 dias. Outros 36% consideram que ela permanecerá por até dois meses, enquanto 22,7% preveem 90 dias e 17,3% acreditam em um período superior.
Em relação às perspectivas de vendas, 49,3% projetam evolução nos indicadores. Mas esse otimismo contrasta com os 31,4% que cravam resultados ruins ou péssimos. “Percebemos que as opiniões variam consideravelmente em função do porte da empresa e da loja. Pontos de venda de farmácias independentes situados em regiões centrais, por exemplo, são os mais pessimistas por dependerem da concentração de público”, comenta. Já a abertura de unidades segue no radar de 42,7% dos CEOs, mas sem nenhum tipo de comemoração ou mesmo promoção.
Atenção aos colaboradores
Quando o assunto é a principal preocupação no atual cenário, 41,3% admitem o temor de ter um funcionário, colaborador ou uma pessoa próxima contaminada. Por essa razão, providências para conscientizar suas equipes ganharam status de prioridade. Redes como Drogaria Araujo, Grupo Tapajós e Farmácias São João, por exemplo, formaram comitês de risco com foco nas equipes de trabalho e intensificaram a divulgação de conteúdos de orientação – essa última estratégia também foi seguida pelo Grupo Total e pela Panvel.
Já 32% demonstram mais receio de não honrar compromissos com fornecedores e 27,7%, com um possível desabastecimento. “Não à toa, 41,4% adotarão como estratégia a ampliação dos produtos em estoque”, complementa Ferreira.
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