O Brasil decidiu entrar no consórcio internacional liderado pela Universidade de Oxford e pelo laboratório farmacêutico AstraZeneca para o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19. Para isso, gastará US$ 127 milhões — cerca de R$ 680 milhões pelo câmbio atual.

O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde, nesta manhã, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. A vacina em testes por Oxford e pela AstraZeneca foi definida pelo secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, como “uma das mais promissoras do mundo e a que está em estágio mais avançado de desenvolvimento”.

O acordo de cooperação anunciado pelo governo prevê a compra de lotes de vacina e de transferência tecnológica. Se demonstrada a eficácia, serão 100 milhões de doses à disposição do Brasil.

Haverá duas etapas distintas. Começa com uma encomenda em que o país assume também os riscos da pesquisa. Ou seja, a tecnologia será paga mesmo sem os resultados dos ensaios clínicos finais. Em um segundo momento, caso a vacina se mostre eficaz e segura, será ampliada a aquisição.

Na fase inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses. O valor total da compra chega a US$ 127 milhões, incluídos os custos da transferência de tecnologia e do processo produtivo pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estimados em US$ 30 milhões. Os dois lotes a serem disponibilizados à Fiocruz — de 15,2 milhões de doses cada — deverão ser entregues em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

Se a vacina for aprovada em caráter final, haverá mais 70 milhões de doses para o Brasil, no preço estimado de US$ 2,3 por dose. A encomenda tecnológica está sendo
feita, segundo o ministério, com base na Lei 10.973 de 2004 e é amparada pela Lei de Licitações (8.666/93). “Estaremos colocando o país na liderança do desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus”, disse o secretário.

A diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Camile Sachetti, disse esperar “resultados preliminares” em outubro ou novembro para a vacina. “Os pacientes serão acompanhados por um ano e, se houver necessidade, até por mais tempo”, afirmou a diretora.

De acordo com o ministério, caso a vacina não se mostre eficaz e segura, um ganho residual para o país será ter acesso aos insumos, que poderão servir para a produção de outras eventuais vacinas no parque tecnológico brasileiro.

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/06/27/uniao-investe-us-127-milhoes-na-compra-de-vacinas-em-teste-para-covid-19.ghtml

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *