A farmacêutica americana MSD segue com os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. No Brasil, a empresa, junto com o Instituto Butantan, está
concluindo a fase 3 dos estudos clínicos de uma vacina contra a dengue. Segundo o diretor de relações governamentais da MSD no país, Guilherme Leser, o acordo com o instituto vai garantir à companhia a oferta dessa vacina em outros países.
“Temos quatro áreas fundamentais de atuação no mundo, que são a oncologia, vacinas, hospitalar, com antibióticos e retrovirais. A vacina da dengue é uma grande aposta, porque essa doença já não é mais um problema de saúde pública somente no Brasil. Hoje, já temos dengue nos Estados Unidos. Estamos na fase da produção do protótipo da vacina, ajustando a formulação para que se adapte melhor ao uso público. A nossa expectativa é que ela seja comercialmente viável em 2022”, disse Leser.
Antes do acordo com o Butantan, a MSD já desenvolvia uma vacina contra a dengue nos EUA. Agora, será somente uma fórmula comercializada no Brasil pelo instituto e no mundo pela MSD. Segundo o executivo, a troca de conhecimentos entre as duas partes deve agilizar e aperfeiçoar o processo de avaliação de eficácia e segurança de ambas as formulações imunobiológicas, uma vez que a prevalência de tipos de dengue é diferente no Brasil e nos EUA e, por isso, os estudos podem ser complementares. Leser acrescenta que, normalmente, o desenvolvimento de uma vacina dura por volta de sete anos. A exceção, de acordo com ele, dentro da MSD foi a vacina para o ebola, que demorou três anos para chegar ao mercado.
“Essa vacina da dengue tem uma complexidade enorme. A ideia é fazer com que ela previna para todos os quatro tipos de dengue existentes. A dificuldade dos estudos clínicos é que no Brasil não há casos da dengue tipo 4, o que poderemos fazer é realizar as pesquisas para esse vírus em países em que esse tipo é mais frequente.
Estamos esperando finalizar o estudo de fase 3 no Brasil, para abrirmos os resultados e entender o que está faltando para submeter ao registro da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, afirmou o executivo. Com a parceria com o Butantan para a vacina da dengue, a MSD investe US$ 100 milhões.
Em outra frente de atuação, a companhia conseguiu, junto à Anvisa, a aprovação de outra indicação do biofármaco pembrolizumabe, com o nome comercial de Keytruda, usado no tratamento de câncer. A farmacêutica conseguiu, agora em fevereiro, que o medicamento posso ser usado também contra tumores no esôfago.
“Além disso, apresentamos uma inovação incremental que é a possibilidade do médico administrar a medicação em seis a seis semanas. Antes, esse procedimento era realizado de três em três semanas. Isso ocorre somente no Brasil até agora”, ressaltou o executivo. Leser acrescentou que a Anvisa ainda analisa mais seis pedidos de inclusão de indicação no registro desse medicamento.
“Não podemos parar as pesquisas por causa da covid-19. Há muitas demandas de saúde pública no mundo, por isso, mantemos os nossos investimentos em pesquisas e desenvolvimento.” A empresa investiu mundialmente no ano passado, cerca de 20% de seu faturamento, US$ 9,9 bilhões. A receita foi de US$ 46,8 bilhões
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