A companhia de varejo Leader, do BTG Pactual, deverá depositar em juízo cerca de R$ 140 milhões, valor devido aos fundadores da rede Seller, em um prazo de até cinco dias. Uma decisão em segunda instância, do desembargador do Rio de Janeiro, favorece os ex-donos da Seller,rede de lojas paulista adquirida pela Leader em 2013. A decisão ocorre em meio à troca do comando da rede varejista para a consultoria Alvarez & Marsal, especializada em reestruturação de companhias com problemas financeiros.
A família que detinha a Seller cobra na Justiça essa quantia, referente a valores que a Leader ainda deve pela compra do ativo. Se o dinheiro não for depositado, os ex-donos da Seller poderão dar continuidade aos protestos da dívida, assim como ao pedido de falência da Leader. A expectativa, dessa forma, é de que o BTG tenha de arcar com o depósito, visto que o endividamento da Leader já ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão, afirmam fontes próximas à empresa.
A decisão do desembargador Juarez Fernandes Folhes, publicada nesta segunda-feira, 7, levou em conta argumentos da família que questionam a capacidade da Leader de arcar com a dívida assumida ao comprar a Seller. Um dos argumentos é o de que as garantias previstas em contrato se deterioraram em face do alto endividamento da Leader. Numa etapa anterior do processo, a Leader tinha conseguido uma liminar evitando a cobrança, mas a família Furlan, que era dona da Seller, contestou.
A cobrança acontece em meio à articulação do BTG para venda da Leader. Além da recente troca da gestão da rede, o banco negocia a entrada no capital da varejista do advogado Fábio Carvalho, conhecido pela reestruturação da Casa & Vídeo.
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