A Novartis elevou sua projeção de vendas de médio prazo, citando expectativas de receita mais alta para medicamentos importantes e lançamentos de produtos, à medida que a empresa procura se expandir nos EUA.
A farmacêutica suíça também analisará possíveis fusões e aquisições, à medida que continua a perseguir sua meta de se tornar uma das cinco maiores empresas farmacêuticas dos EUA nos próximos anos, disse o executivo-chefe, Vas Narasimhan, nesta quinta-feira (21), em teleconferência com jornalistas.
A companhia farmacêutica informou que ficou em décimo lugar no ranking de vendas de medicamentos nos Estados Unidos no segundo trimestre.
A empresa tem como meta uma divisão igualitária entre as receitas provenientes do mercado americano e o que é gerado em outros países. Nos primeiros nove meses do ano, as vendas da Novartis nos Estados Unidos totalizaram US$ 15,14 bilhões, ou 41% do total do grupo.
A Novartis agora espera que as vendas anuais ajustadas pelo câmbio cresçam 6% até 2028. Anteriormente, a companhia havia projetado um crescimento de 5%. A empresa também estima uma expansão de 5% em suas vendas anuais para o intervalo de 2024 a 2029, e trabalha com a perspectiva de expansão das vendas de um dígito médio após 2029.
A Novartis embarcou em uma grande reformulação de seu portfólio nos últimos anos para se tornar uma empresa puramente focada em medicamentos inovadores, segregando em empresas independentes (“spin-off”) a especialista em cuidados com os olhos Alcon e a fabricante de genéricos Sandoz, enquanto se desfez de suas participações na rival Roche e em uma joint venture de saúde do consumidor com a GSK do Reino Unido.
A farmacêutica suíça também fez várias aquisições ao longo do caminho, fechando acordos com a SanReno Therapeutics, da China, a MorphoSys, da Alemanha, e a Mariana Oncology, dos EUA, este ano. Esta última compra foi firmada por US$ 1 bilhão.
“Temos mais trabalho a fazer, porque nossos pares dos EUA também continuam a se expandir de forma bastante significativa”, disse Narasimhan. “Não faremos fusões e aquisições apenas para nos colocar entre os cinco primeiros, mas é claro que queremos chegar lá.”
A nova projeção da empresa pressupõe que o medicamento para problemas cardíacos Entresto, seu produto mais vendido, perderá a proteção de patente nos EUA no próximo ano.
Ao mesmo tempo, a Novartis elevou as estimativas de pico de vendas anuais para cinco de seus principais medicamentos – Cosentyx, para indicações imunológicas; Kisqali, para câncer de mama; Kesimpta, para esclerose múltipla; Pluvicto, para câncer de próstata; e o recém-lançado tratamento de colesterol Leqvio, que foi o medicamento que mais cresceu neste ano.
A empresa reiterou sua meta de margem de lucro operacional principal de 40% até 2027, devido a melhorias de produtividade. Com Narasimhan no comando, reduziu sua força de trabalho e reformulou sua governança.
Atualmente, a Novartis tem mais de 30 medicamentos em sua linha de produção, e espera-se que a maioria deles tenha exclusividade nos EUA na década de 2030 ou depois, acrescentou.
A empresa prevê mais de 15 leituras de dados de medicamentos experimentais para possíveis registros nos próximos dois anos, disse. A Novartis tem oito medicamentos em seu portfólio com potencial para gerar um pico anual de vendas de US$ 3 bilhões e espera lançar, no curto prazo, outros quatro tratamentos, que poderão atingir vendas anuais de vários bilhões.
No entanto, a farmacêutica está enfrentando uma esperada pressão da concorrência de genéricos para o medicamento Promacta, para anemia aplástica, e para o tratamento de leucemia Tasigna, bem como para o Entresto, no próximo ano.
A confiança da empresa em suas perspectivas para o médio prazo abre uma lacuna ainda maior entre sua orientação e as estimativas de consenso do mercado, disse Stefan Schneider, analista da Vontobel.
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