O mercado farmacêutico chinês consolidou-se como segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e vem atraindo cada vez mais olhares dos laboratórios estrangeiros. Segundo a IQVIA, em 2023, o setor movimentou US$ 163 bilhões (R$ 978 bilhões) e, até 2028, estima-se que esse montante chegue a US$ 200 bilhões (R$ 1,1 trilhão). As informações são do portal The Wire China.

Além de um vasto mercado consumidor, o país também oferece acesso a tecnologias inovadoras e fornecedores com preços mais competitivos, o que o mantém no radar das gigantes da indústria. Um exemplo é a Eli Lilly, que investiu US$ 212 milhões (R$ 1,2 bi) para ampliar sua planta em Suzhou. De 1996 para cá, a companhia já destinou aportes de US$ 2,1 bilhões (R$ 12,6 bilhões) para a China.

Já a Bayer abriu uma incubadora de negócios em saúde, enquanto a Roche Diagnósticos anunciou o projeto de expansão de sua fábrica na região, ao custo de US$ 420 milhões (R$ 2,5 bilhões).

Compra e venda em alta no mercado farmacêutico chinês

Enquanto algumas companhias ampliam atuação no mercado farmacêutico chinês, indústrias locais movimentam-se em operações de compra e venda. Foi o caso da UCB, que, em agosto, se desfez de sua planta produtiva de medicamentos maduros para focar no desenvolvimento de fármacos inovadores. A negociação envolveu US$ 680 milhões (R$ 4 bilhões).

Por outro lado, laboratórios também buscam parcerias com companhias asiáticas. A colaboração entre Janssen e Legend Biotech resultou na concepção do Carvykti (ciltacabtageno autoleucel). O medicamento oncológico, destinado a pacientes com mieloma múltiplo, já garantiu US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 7,8 bilhões) aos cofres das empresas somente neste ano.

A AstraZeneca, por sua vez, optou por “não dividir” seus ganhos, investindo em um tratamento cardiovascular ainda em desenvolvimento. Apesar de, inicialmente, o CSPC Pharmaceutical Group ter recebido “apenas” US$ 100 milhões (R$ 599 milhões), o montante pode chegar a US$ 1,92 bilhão (R$ 11,5 bilhões) a depender do cumprimento de metas de vendas.

“Negócio da China” pode estar com os dias contados

Entretanto, o futuro pode mudar em breve esse cenário, graças aos Estados Unidos, cujas indústrias farmacêuticas vêm demonstrando preocupações com a dependência extrema do gigante asiático. O Senado analisa a Lei de Biossegurança, texto que pode obrigar laboratórios norte-americanos a romper relações com a China. Caso aprovado, grandes corporações teriam que corrigir sua rota.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/mercado-farmaceutico-chines-atrai/

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