A Ford e a Corning anunciaram que os vidros Gorilla Glass não serão mais exclusivos das telas dos celulares – eles vão compor os pára-brisas dos carros esportivos da linha GT da montadora.
Os vidros quimicamente temperados já protegem as telas dos celulares contra rachaduras – na maior parte das vezes -, e agora darão uma renovada tecnológica nos pára-brisas dos carros, oferecendo maior proteção contra impactos.
A expectativa é que vidros fortes e de alta transparência possam a seguir começar a aparecer em mais produtos de consumo, conforme a ampliação do uso reduza seus custos.
Vidros quimicamente endurecidos
Apesar do sucesso do Gorilla Glass, da Corning, e do Dragontrail, da Asahi Glass, vidros quimicamente endurecidos não são um conceito novo.
Um século atrás, um artista e químico francês chamado Edouard Benedictus acidentalmente descobriu esses materiais quando derrubou um copo de vidro contendo nitrocelulose e descobriu que os fragmentos do vidro se juntaram. Com a inspiração do acaso, Benedictus desenvolveu um laminado de vidro de segurança composto por duas camadas de vidro ensanduichando uma película de celulose.
Este é o mesmo conceito ainda hoje usado nos modernos vidros à prova de balas. Esses produtos envolvem várias camadas de vidro e polímeros laminados juntos. Eles são fortes e duráveis, mas muito pesados, grossos e caros para a maioria das aplicações de consumo.
Entraram então em cena os vidros quimicamente endurecidos. Esses materiais são fabricados submergindo o vidro em um banho de sal fundido que faz com que os íons de potássio substituam alguns dos íons de sódio na superfície do vidro.
Gorilla Glass em pára-brisas
A Corning e a Ford se uniram para aplicar esse conceito aos pára-brisas. O resultado são vidros híbridos com uma camada de Gorilla Glass, o que os manteve leves.
A expectativa é que os vidros híbridos estejam agora com o caminho aberto para outros aparelhos eletrônicos e domésticos, bem como para equipar janelas resistentes a furacões para edifícios e frascos farmacêuticos mais resistentes para remédios.
Gorilla Glass: A fabricação do Gorilla Glass envolve um processo em que ele é temperado por meio da troca de íons. O vidro fica submerso em uma solução de sais de potássio à exata temperatura de 400º C. Desse modo, os íons de sódio do vidro são trocados pelos íons de potássio, que são maiores e, por isso, mais resistentes e densos, visto que deixam espaços bem menores entre cada átomo. Saiba mais: https://canaltech.com.br/produtos/o-que-e-gorilla-glass/
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