Natália Brezinski deixou a carreira de advogada para fundar a Lieve, startup que tem a expectativa de faturar R$ 400 mil neste ano

Em abril de 2020, Natália Brezinski recebeu a notícia de que sua mãe estava com câncer. “Eu parei de fazer tudo para ficar responsável pelos cuidados dela e pude acompanhar todo o processo de quimioterapia e os tratamentos. Foram dois meses longos e difíceis, ela infelizmente não resistiu”, afirma.

Natália Brezinski, fundadora da Lieve.

No processo, Brezinski percebeu uma grande dificuldade para as pessoas com câncer encontrarem produtos de beleza adequados. Foi quando ela resolveu deixar a carreira de advogada para fundar a Lieve, e-commerce de cosméticos oncológicos com sede na cidade de São Paulo. Os produtos são feitos a partir de ingredientes naturais, recomendados para peles sensíveis e irritadas.”Somos uma startup com foco em lançar produtos inovadores que não estão disponíveis no mercado.”

Decidida a começar a empresa, Brezinski, que não tinha experiência em administração e cosmetologia, foi em busca de profissionais que poderiam ajudá-la nestas áreas. “Meu primeiro objetivo era criar um produto para ajudar pessoas sofrendo com a queda de cabelo causada pela quimioterapia”, diz a empreendedora.

Foi necessário um ano e meio para desenvolver a empresa. Para isso, ela contratou uma cosmetologista especialista em tricologia (tratamento dos fios de cabelo e do couro cabeludo). “Uma coincidência infeliz foi que esta profissional descobriu um câncer no meio do processo, então ela mesma fazia os testes da formulação que criava”, diz Brezinski. 

A Lieve foi criada em novembro de 2021, e começou as vendas em abril deste ano.  O primeiro produto lançado foi uma espuma para o cabelo, que substitui o shampoo, acalma a irritação e suaviza a coceira. “É muito mais saudável até para quem não sofre com queda de cabelo. Qualquer pessoa pode usar”, diz a empreendedora. Depois, foram desenvolvidos cremes para mãos e pés, lançados em julho de 2022. “Muitas pessoas com câncer sofrem com rachaduras nas mãos e nos pés, então priorizamos estes cremes”, afirma.

Segundo Brezinski, o segredo da empresa é não ter poupado investimento para criar os produtos. “Preferimos baixar nossa margem de lucro para entrar no mercado com um preço competitivo”, diz a empreendedora. Até o momento, a empresa já investiu R$ 1 milhão no desenvolvimento dos produtos, por meio de bootstrapping.

Outra estratégia foi apostar na criação de uma comunidade entre as pacientes. “Queremos ser uma plataforma de compartilhamento de experiências. Fizemos encontros em que os pacientes contavam suas histórias. Nosso desejo é criar uma comunidade para falar sobre câncer sem tabu”, explica Brezinski, que contou com a ajuda de médicos para se conectar a pacientes e descobrir quais eram as suas maiores necessidades. “Uma pessoa foi passando o contato para outra, e conseguimos já montar um grupo de 20 mulheres para o primeiro workshop.”

Fonte: https://revistapegn.globo.com/Mulheres-empreendedoras/noticia/2022/07/ela-criou-marca-de-cosmeticos-oncologicos-apos-perder-mae-com-cancer.html

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