A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quinta-feira (27) uma operação contra ex-diretores da empresa Americanas por suspeita de fraudes contábeis que levaram a um rombo, segundo fato relevante divulgado pela própria empresa, de R$ 25,3 bilhões. Dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas casas dos ex-executivo no Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A operação é um esforço conjunto entre a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Um acordo de colaboração premiada serviu como base para a operação. Foram expedidos dois mandados de prisão preventiva contra ex-diretores das Americanas, que, no entanto, não puderam ser presos por estarem fora do país. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, um dos alvos é o ex-diretor-executivo Miguel Gutierrez, que mora em Madri desde 2023 — quando o caso veio à tona.

O objetivo da ação, de acordo com a PF, é elucidar a participação dos ex-diretores no suposto esquema que levou ao desfalque bilionário. Segundo relatório preliminar da equipe jurídica da empresa, divulgado no ano passado, a origem da fraude pode ter sido uma série de contratos de bonificação com lançamentos artificiais.

Segundo a PF, a investigação conta com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Oitenta agentes da corporação participam da operação, que recebeu o nome de Disclosure (revelação em inglês, numa tradução livre).

Além das prisões e das buscas e apreensões, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores dos ex-diretores que somam mais de R$ 500 milhões. Ainda não foi divulgado quais ex-executivos foram alvos da ação.

De acordo com a PF, a diretoria atual das Americanas estão colaborando com as investigações. O inquérito aponta que “os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consistem numa operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos”, diz a corporação.

A Polícia Federal informou ainda que foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), isto é, incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor. No entanto, no caso das Americanas eram contabilizadas VPCs que nunca existiram, conforme apontam as investigações.

São investigados indícios dos crimes de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como “insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os suspeitos poderão cumprir pena de até 26 anos de reclusão.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/06/27/ex-executivos-da-americanas-so-alvo-da-pf-em-operao-contra-fraude-de-r-25-bilhes-diz-jornal.ghtml

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