O anúncio de que o Departamento de Comércio dos EUA determinou preliminarmente que o governo da China está subsidiando injustamente sua indústria de garrafas de vidro para vinho gerou interesse renovado na importação de recipientes de vidro — da China e de vários outros países. A determinação inicial, resultando em requisitos de depósito em dinheiro para importações de recipientes de vidro chineses, bem como a emissão de taxas de subsídio preliminares, destaca a importância e validade contínuas do caso perante o Departamento de Comércio.
À medida que a investigação avança ao longo do verão, e novas conclusões de anti-dumping sobre as importações de garrafas de 750 ml provenientes do Chile, da China e do México avançam, é um bom momento para revisitar a história recente sobre as importações de recipientes de vidro, as tarifas e o que pode estar por vir.
Antecedentes de Importação e Tarifários de Recipientes de Vidro
A partir de 2014, o Glass Packaging Institute (GPI) e suas empresas associadas notaram um aumento constante nas importações de recipientes de vidro da China. Enquanto as importações de recipientes de vidro são rastreadas pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA e pelo Departamento de Comércio apenas por tamanho (não mercado final específico para bebidas), um aumento significativo na categoria de tamanho de 750 ml também foi notado.
Entre 2016 e 2018, as importações de todos os recipientes de vidro chineses para alimentos e bebidas aumentaram 32%, um aumento de 463 milhões de garrafas e frascos adicionais. À medida que a indústria vidreira nacional percebeu o aumento significativo, nossa atenção começou a se concentrar em determinados tamanhos de contêineres e seus prováveis destinos no mercado final.
Durante o mesmo período, as importações de garrafas de vidro chinesas no tamanho de 750 ml (o padrão para vinho) aumentaram 22% (mais 169 milhões de garrafas). Isto foi agravado por um aumento global de 57% nas importações de garrafas de vinho provenientes da China desde 2008. Em 2018, a China importou 523 milhões de garrafas de 750 ml para os Estados Unidos, o maior total anual alguma vez registado.
Seção 301 Ações e Tarifas Resultantes
Em 2018, a GPI testemunhou perante o Escritório dos Representantes Comerciais dos EUA (USTR) em apoio a uma tarifa de 25% sobre garrafas e potes de vidro chineses importados, observando que os recipientes de vidro produzidos para esses mercados finais primários não são exclusivos de fabricantes chineses e podem ser adquiridos em toda a América do Norte e em outros lugares.
A GPI também explicou que as fábricas domésticas de embalagens de vidro são altamente regulamentadas, as operações exigem autorização do Título V, com emissões de gases de efeito estufa monitoradas regularmente pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) e, em estados como a Califórnia – e, nos próximos anos, Oregon, Nova York e Washington — parte de programas formais de Cap and Trade, o que os torna uma das operações de contentores mais transparentes e eficientes do mundo. As nossas fábricas na Costa Oeste, onde é fabricada a grande maioria das garrafas de vinho nacionais, têm de competir com a produção de contentores, em grande parte não regulamentada, da China e de outros lugares, colocando em risco as fábricas e a mão-de-obra de apoio dos EUA.
O segundo. A investigação 301, que resultou em uma tarifa inicial de 10%, foi aumentada para 25% no ano seguinte. Os recipientes de vidro permanecem incluídos na “Lista 3” das tarifas. As tarifas tiveram um efeito positivo inicial na redução das importações de recipientes de vidro da China.
Em 2019 e 2020, todas as importações de embalagens de vidro para alimentos e bebidas da China diminuíram 45%, com as garrafas de 750ml (vinho padrão) diminuindo 55%. Ao mesmo tempo, a produção e os embarques no mercado final doméstico começaram a se estabilizar e até mesmo a experimentar aumentos nas categorias de vinhos, destilados, alimentos e bebidas não alcoólicas.
Fabricação chinesa de recipientes de vidro
Não existem dados públicos disponíveis relativamente às emissões diretas de gases com efeito de estufa, à utilização de energia, à produção, à utilização de vidro reciclado ou ao fornecimento de matérias-primas utilizadas para fabricar recipientes de vidro chineses. Isto contrasta fortemente com as garrafas de vidro fabricadas nos EUA.
A planta de produção de muitos recipientes de vidro chineses também é frequentemente desconhecida, com a marca de identificação “punt” na parede lateral ou no fundo da garrafa ou jarra ausente. Essa marca de identificação, importante em casos de possíveis recalls, defeitos e circunstâncias semelhantes, é absolutamente crítica para o mercado regulatório e de consumo.
As empresas chinesas de fabricação de recipientes de vidro dependem amplamente das instalações de carbonato de sódio sintético de seu país para a fabricação de garrafas e potes; é um processo intensivo em energia e que produz emissões. Os EUA abrigam o maior suprimento natural de trona do mundo, usado para fazer carbonato de sódio para recipientes de vidro e outros mercados finais. As emissões e o uso de energia em operações domésticas de carbonato de sódio são significativamente menores.
Importações chinesas em ascensão novamente
Após os anos notáveis de importações reduzidas, a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC) mostra aumentos nas importações chinesas de garrafas de 750 ml, a cada mês desde setembro de 2023, agora 53% acima do YTD (até o final de abril). Na categoria “todos os tamanhos de alimentos e bebidas”, as importações de recipientes de vidro chineses aumentaram a cada mês desde outubro de 2023, 27% acima do YTD até abril.
Durante o mesmo período YTD, as remessas domésticas de vidro produzido nos EUA e enviado aos clientes caíram 15% para o mercado de destilados e 12% para os clientes do mercado de vinhos. Enquanto o Departamento de Comércio continua sua investigação sobre penalidades antidumping e subsídios para importações de garrafas de 750 ml, a GPI continua seu suporte ao mercado de recipientes de vidro dos EUA, nossa cadeia de suprimentos e marcas.
Deixe um comentário