Dois destaques marcaram o centenário da fundação da Nadir Figueiredo, este ano. O primeiro é a proeza de a vidraria que tem cede no bairro da Vila Maria em São Paulo, ser umas das escassas empresas de capital 100% brasileiro que completam um século de existência – e mais que isso de crescimento contínuo. O segundo é que seus diretores decidiram investir um valor não revelado, mais certamente elevado, num primoroso livro comemorativo. Trata-se de uma excepcionalidade num País, como o Brasil, onde a memória, sobretudo industrial é geralmente ignorada. No livro Nadir Figueiredo 100 anos a história da corporação, nascida das mãos de um criativo empreendedor, é contada em português e inglês em 170 páginas ilustradas com profusão de fotos. Pelo que se deduz do saboroso texto do autor, escritor Ignácio de Loyola Brandão, a qualificação de “criativo” para o fundador da centenária vidraria é sem dúvida mais adequada do que o corriqueiro “nato” usualmente acoplado ao substantivo “empreendedor” . Na verdade, em 1903 o menino Nadir Dias de Figueiredo, então com 12 anos de idade, teve de começar a lutar ao lado da mãe e do irmão um ano mais velho, Morvan, para garantir o sustento de outros quatros irmãos, ao ficar orfão do pai, em Belo Horizonte, onde nascera. Da capital mineira ele mudaria para São Paulo, onde em pouco menos de dez anos trocaria um emprego de ajudante na Casa Guinle, especializada em serviços de engenharia mecânica, hidráulica e eletricidade por um negócio próprio, montado em sociedade com Morvan, no centro da capital paulista: uma loja especializada em vendas e manutenção de registradoras, máquina de escrever e de somar. Dali em diante, norteou-se sempre por um lema aprendido com os proprietários da Casa Guinle: ” Não existem maus negócios. Existem, isso sim, maus negociantes.” Fiel a esse lema, a Nadir Figueiredo foi uma empresa que se dedicou a variadíssimos ramos de atividades, até adiquirir em 1935, a primeira fábrica de vidros ainda manual. Desde então, sua marca é presença constante na produção de embalagens para bebidas e alimentos e, sobretudo, de artigos de mesa, seguimento no qual sobressai o famoso “copo americano” do qual já foram produzidas mais de 6 bilhões de unidades. As vésperas de seu centenário, a empresa comunicou a aquisição da divisão de utilidades domésticas da Saint-Gobain Vidros S/A, tornando-se detendora das marcas Marinex, Duralex e Santa Marina. E anunciou que ” até 2013, serão investidos na empresa 245 milhões de reais, o que, além de consolidar a Nadir Figueredo, como compahia de classe mundial, a destaca e a consagra como referência de excelência no ramo vidreiro de utilidades domésticas”.
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