A produção industrial brasileira cresceu 0,3% na passagem de abril para maio, voltando ao campo positivo após o recuo de 0,6% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (4).

Em março, a indústria havia avançado 1,1%, o que interrompeu uma sequência de dois meses de queda. No ano, o setor acumula perda de 0,4%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi nula (0,0%).

 
Segundo o gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), André Macedo, ainda que tenha um resultado próximo à estabilidade, ao comparar o patamar de maio com o de dezembro do ano passado, a indústria tem um saldo positivo de 0,4%.

O resultado de maio também traz uma disseminação de taxas positivas por três das quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 25 ramos investigados. “É o maior espalhamento desde setembro de 2020, quando havia 23 atividades mostrando crescimento”, destaca.

Á época, o setor industrial se recuperava de perdas intensas enfrentadas em março e abril daquele ano, no início da pandemia de Covid-19 no país.

Mesmo com resultado positivo em maio, a indústria se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 18,1% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011.

Na comparação com abril, as maiores influências positivas sobre o resultado da indústria vieram dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (7,4%) e máquinas e equipamentos (12,3%).

Na atividade de derivados do petróleo, o resultado é o quarto positivo seguido, acumulando ganho de 15,0% no período. Já o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias voltou a crescer após dois meses consecutivos de queda, quando acumulou redução de 2,6%.

“Março e abril foram marcados pelas paralisações e as concessões de férias coletivas no setor. O crescimento em maio é explicado pela volta à produção”, afirma Macedo.

Na mesma comparação, a expansão de máquinas e equipamentos ajudou o setor a recuperar parte da perda apontada em abril (-11,7%). “Nesse segmento, destaca-se o aumento da produção de bens de capital voltados para o setor agrícola e para a área de construção”, pontua.

Os bens de capital são aqueles usados na produção de outros itens na indústria, como é o caso de máquinas e equipamentos.

Outras atividades com resultados positivos em maio foram indústrias extrativas (1,2%), produtos de metal (6,1%), outros equipamentos de transporte (10,2%), metalurgia (2,1%), produtos diversos (6,6%) e couro, artigos para viagem e calçados (4,9%).

Entre os setores que pressionaram negativamente a indústria estão o de produtos alimentícios (-2,6%), que recuou pelo quinto mês consecutivo, e o de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), que também já havia retraído em abril (-0,4%).

André Macedo ressalta, porém, que o setor de alimentos vinha de uma sucessão de bons resultados no fim do ano passado.

“O saldo desse setor é positivo se considerarmos um período maior. Além de ser precedido por taxas positivas de grande amplitude, o resultado negativo em maio é relacionado a outros fatores, como a queda na produção de carne de bovinos e derivados de soja”, completa.

O setor de alimentos, que responde por cerca de 15% do índice geral, acumula um ganho de 8,3% quando somados os três últimos meses de 2022 e os cinco primeiros meses deste ano. Com as cinco quedas seguidas, o setor acumula perda de -9,7%.

Já a queda de produtos farmacêuticos, que tem um peso menor na indústria, é ligada a um comportamento próprio do setor.

“Essa atividade tem como característica a magnitude de taxas tanto positivas como negativas. A oscilação de resultados tem a ver com a produção: há meses em que é mais acentuada e há taxas de dois dígitos, como no fim do ano passado, e, em outros, há redução, por ser um setor que trabalha com um controle dos estoques”, explica o pesquisador.
 

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/producao-industrial-cresce-03-em-maio-diz-ibge-2/#:~:text=A%20produ%C3%A7%C3%A3o%20industrial%20brasileira%20cresceu,ter%C3%A7a%2Dfeira%20(4).

 

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