A Burberry continua a rever a sua organização. A grife britânica anunciou a transferência da sua atividade de cosméticos e de perfumes à Coty. E estipula, em um comunicado, que este acordo de licença exclusivo, que se iniciará oficialmente no próximo mês de outubro, deve trazer-lhe 180 milhões de libras (cerca de 210.3 milhões de euros), antes de embolsar em seguida royalties. Ou seja, 130 milhões de direitos e 50 milhões correspondestes à aquisição dos estoques Burberry.
O acordo prevê que o grupo americano, que é um dos líderes do setor da beleza, com 9 bilhões de dólares de receita anual, será encarregado do desenvolvimento e da distribuição de todas as linhas de beleza da marca, reconhecida por seu célebre trench coat, que mantém, por sua vez, a direção criativa.
Uma atividade que será hospedada dentro da divisão de Luxo da Coty, cuja sede se situa em Paris, e que conta em seu portfólio com licenças das grifes Gucci, Hugo Boss, Bottega Veneta e Balenciaga, entre outras. Lembremos que, durante cerca de vinte anos e até 2013, foi a Francesa Interparfums que detinha a licença da grife britânica.
Depois de ter aumentado sua oferta de beleza internamente há quatro anos, a Burberry se diz feliz por ter “concebido fragrâncias premiadas como My Burberry e Mr Burberry, voltado a desenvolver e relançado uma linha de maquiagem e impulsionado as vendas dos seus novos perfumes nos mercados-chave”.
A nova musa da maquiagem da marca é Iris Law – filha de Sadie Frost e Jude Law –, uma jovem cuja imagem é voltada para acompanhar e encorajar a cliente alvo da marca.
Em relação ao impacto deste novo contrato, Christopher Bailey, diretor artístico e CEO da label britânica nascida em 1856, estima que “a combinação do montante da transação e royalties no futuro é financeiramente atraente e deve ter um impacto crescente nos lucros a partir do ano 2018-19”. O acordo não deve, portanto, ter efeito sobre o exercício em curso.
Sobre o ano de 2015-16, a divisão de beleza da Burberry gerou um volume de negócios de 203 milhões de libras. Suas vendas globais ficaram em 2.515 bilhões de libras, exibindo retração de 0,3%, ao passo que seu lucro líquido despencou 8%, indo aos 309 milhões de libras. Em maio de 2016, a empresa anunciou a implantação de um plano de economias tendo por objetivo economizar 100 milhões de libras até 2019.
Por fim, para ajudar a reatar com o crescimento, a Burberry receberá em julho próximo Marco Gobbetti, ex-CEO da casa de moda Céline, para o cargo de CEO. Ele assumirá uma parte das funções de Christopher Bailey, que manterá a direção artística.
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