Brasil já é o maior polo fabricante na América Latina, com vendas da ordem de US$ 5 bilhões.
Levantamento realizado pela PróGenéricos revela que o Brasil conta, hoje, com 15 fabricantes de medicamentos biossimilares. Elas são responsáveis por mais de 48 registros de fármacos, que derivam mais de 77 apresentações comercializadas. Segundo estimativas da IQVIA, o faturamento do setor em 2023, próximo dos R$ 201 milhões (PPP), deve avançar além de 10% em 2024.
Estes produtos são usados principalmente para o tratamento de doenças autoimunes, diabetes e câncer. Os biossimilares mais vendidos no Brasil são:
- Adalimumabe – Para o tratamento de doenças autoimunes como artrite reumatoide, psoríase e doença de Crohn.
- Enoxaparina sódica – Utilizada na prevenção e tratamento de trombose venosa profunda e embolia pulmonar
- Insulina glargina – Usada no tratamento de diabetes tipo 1 e tipo 2
- Somatropina – Indicada para deficiência de hormônio do crescimento em crianças e adultos
De acordo com Tiago de Moraes Vicente, presidente-executivo da PróGenéricos, os biossimilares proporcionam um sistema de saúde mais acessível e justo, garantindo tratamento de qualidade para quem precisa. “Estes medicamentos exercem um papel importante na ampliação do acesso a tratamentos biológicos. Além disso, impulsionam a biotecnologia e a indústria farmacêutica instalada no país”, acrescenta.
Potencial de mercado
Segundo estudo da IQVIA, apresentado durante a III Cúpula Brasileira de Inovação em Saúde, o gasto atual com medicamentos biológicos representa 30% das despesas totais com fármacos, o que corresponde a um montante de US$ 8 bilhões (R$ 48,8 bilhões). Fatores como o envelhecimento populacional tendem a aumentar esse percentual. Nos dez maiores países desenvolvidos, essa representatividade chega a 55%.
O término em massa de patentes de blockbusters de farmacêuticas multinacionais deverá abrir um mercado de US$ 59 bilhões (R$ 360 bilhões) para a classe dos biológicos. O valor chega a US$ 5 bilhões (R$ 30,5 bi) no Brasil.
Atualmente, a América Latina conta com mais de 40 empresas comercializando ou investindo em biológicos e biossimilares. O Brasil desponta como maior polo fabricante na região, à frente de México, Colômbia, Argentina, Peru e Chile. Entre os fatores determinantes para o crescimento de biossimilares estão o onshoring (produção local), a intercambialidade e a sustentabilidade financeira que viabilize investimentos de P&D.
Medicamentos biossimilares ganham data comemorativa
Dada a importância desse mercado, nesta segunda-feira, dia 6, foi publicado no Diário da União a Lei Nº 15.087, de 3 de janeiro de 2025, nota que institui o Dia Nacional do Medicamento Biossimilar. A data será comemorada anualmente em 16 de dezembro.
A proposta surgiu como autoria da Câmara dos Deputados por Pedro Westphalen (PP/RS) e foi aprovada pelo Senado, com parecer favorável da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), antes de seguir para sanção presidencial. A data foi escolhida devido à regulamentação do registro de medicamentos biossimilares no Brasil, que foi publicada pela Anvisa em 16 de dezembro de 2010.
O que são medicamentos biossimilares
A biotecnologia proporcionou inovação à indústria farmacêutica, permitindo a produção de medicamentos biológicos, desenvolvidos a partir de organismos vivos, como bactérias, fungos, vírus e células vegetais. São vacinas, soros, hemoderivados, anticorpos monoclonais e outros fármacos não sintéticos, como o próprio nome sugere.
Eles são elaborados para agir direta e especificamente sobre as moléculas do sistema imunológico responsáveis pelo surgimento da patologia a ser tratada. Graças a essa capacidade de ação terapêutica tão direcionada, o produto biológico é muito positivo no combate a neoplasias e à artrite reumatoide. Pessoas com diabetes, psoríase e hepatites, entre outras doenças crônicas, também são beneficiadas pelo uso desses medicamentos.
Segundo a PróGenéricos, os biossimilares são medicamentos muito semelhantes aos produtos biológicos inovadores, com o mesmo potencial de promover respostas no sistema imunológico do paciente.
Devido à grande complexidade de sua estrutura e da tecnologia envolvida na produção, são produtos altamente específicos e de custo relativamente elevado. Ainda assim, geram uma economia no tratamento da doença, se comparados aos medicamentos de referência.
Assim como os genéricos, os biossimilares somente podem ser produzidos após a expiração da patente do produto original.]
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/medicamentos-biossimilares/
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