Apesar de um vislumbre de transformações significativas para este ano, para a Abicann o setor ainda enfrenta obstáculos políticos, econômicos e regulatórios.
O mercado de cannabis em 2025 trará novas disputas por espaço, com grandes empresas ampliando sua atuação e pequenos fornecedores enfrentando desafios significativos. Para a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), apesar das movimentações regulatórias, as perspectivas para uma abertura abrangente do setor ainda enfrentam entraves políticos, jurídicos e econômicos.
“Observando o ritmo dos últimos 10 anos, é possível prever os temas que devem agitar o setor em 2025, como a falta de uma regulamentação robusta que segue emperrada na Anvisa, barreira de custos e de recursos disponíveis para pesquisa e desenvolvimento”, afirma Thiago Ermano Jorge, presidente da Abicann.
Segundo ele, o interesse de novas categorias profissionais no segmento de cannabis medicinal, como veterinários, enfermeiros e nutricionistas, indica expansão no cuidado com pacientes humanos e animais, mas a produção nacional limitada de medicamentos ainda é um gargalo.
Desafios no acesso ainda marcarão o mercado de cannabis em 2025
Com cerca de 20 milhões de pacientes potenciais no Brasil, o mercado de cannabis medicinal apresenta enorme potencial. “No entanto, apenas 560 mil pessoas estão em tratamento, devido aos altos custos, que variam entre R$ 25 mil e R$ 50 mil anuais por paciente”, avalia Jorge.
O alto custo dos produtos, que variam de R$ 350 a R$ 1.800 por 30 ml, dificulta o acesso da maioria dos pacientes. Alternativas como produtos importados, autocultivo judicializado e apoio de associações têm sido fundamentais, mas ainda não atendem toda a demanda. A inclusão da cannabis no SUS e o fortalecimento do cultivo nacional são pautas urgentes para democratizar o acesso.
Oportunidades de exportação
A Colômbia se destaca como um dos principais exportadores de Cannabis para o Brasil, responsável por 32% das importações brasileiras em 2023. Estima-se que, até o fim de 2025, as exportações colombianas possam atingir US$ 123 milhões (R$ 751,5 milhões), enquanto o Brasil perde espaço na competição global. E 100 países já avançaram.
P&D e inovação global
A pesquisa em cannabis é essencial para o desenvolvimento de tratamentos inovadores. Apesar de o governo disponibilizar R$ 48 milhões para financiar projetos, a ausência de infraestrutura regulatória limita o avanço científico, colocando o Brasil atrás de países que lideram no setor.
“Superar as barreiras regulatórias e legais, fortalecer alianças entre setor público, privado e associações será essencial para tornar o mercado mais acessível e competitivo, alinhado às demandas de saúde, inovação e sustentabilidade”, finaliza o executivo.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/mercado-de-cannabis-no-brasil-em-2025-tera-entraves/
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