O mercado de luxo está com tudo em 2018. Uma tendência positiva em todas as regiões deve impulsionar esse mercado entre 6% e 8%. “China” e “millennials” continuam sendo as palavras-chave de uma indústria que pode chegar a € 390 bilhões globalmente em vendas até 2025. Essas são as principais descobertas da Bain & Company, principal consultora mundial para a indústria global de bens de luxo, em parceria com a Altagamma, fundação italiana de fabricantes de artigos de luxo.

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Segundo Cláudia D’Arpizio, sócia da Bain e principal autora do estudo, 2018 teve um começo forte. “Flutuações cambiais causarão impacto, mas espera-se uma tendência positiva em todas as regiões e segmentos de clientes. Os consumidores chineses continuam a se destacar como impulsionadores do crescimento. Estão mais avançados digitalmente e em termos de moda do que nunca, acelerando a mudança da indústria para o estado de espírito dos millennials”, conclui Cláudia. Para Gabriele Zuccarelli, sócio da consultoria no Brasil, “as marcas que desejam capitalizar as atuais oportunidades de crescimento precisarão desenvolver relações individuais com gerações mais jovens, consumidores locais e turistas”, afirma. “Além disso, precisarão implementar uma abordagem holística e omnichannel da distribuição, fornecendo experiências inspiradoras e renovadas”, conclui.

De acordo com as pesquisas, o mercado de luxo dos EUA se beneficiou de um dólar mais fraco durante a importante temporada de festas de final de ano. Turistas da Ásia e da Europa impulsionaram cidades-chave, enquanto os consumidores locais também foram novamente atraídos para o luxo. O Canadá está crescendo, enquanto o desempenho na América Latina é heterogêneo. A região das Américas como um todo deve crescer entre 3% e 5% (a taxas de câmbio constantes) em 2018.

Em contrapartida, a Europa foi impactada negativamente pelo euro mais forte, o que se refletiu nas compras dos turistas, e causou uma desaceleração no consumo em países como Alemanha e Reino Unido. Já alguns países beneficiaram-se com compras mais intensas, como é o caso da França, Rússia e Suíça. A Bain & Company prevê um crescimento de 2% a 4% (a taxas de câmbio constantes) para a região.

Espera-se que a China continental seja responsável pela maior parte do crescimento em 2018. A Bain prevê que esse mercado vai crescer de 20% a 22% (a taxas de câmbio constantes). As marcas estão aprendendo como atender os consumidores locais, geralmente jovens e fortemente influenciados pelas mídias sociais.

Para o Japão, a Bain & Company prevê um crescimento de 6% a 8% (a taxas de câmbio constantes), já que as compras de turistas aumentaram os gastos no país, especialmente em Tóquio e Osaka, ainda que tenham sido parcialmente redirecionadas às experiências de luxo. As mídias sociais e os influenciadores locais têm um papel decisivo para os clientes mais jovens.

No restante da Ásia, Hong Kong e Macau seguem em sua trajetória de recuperação. A Coreia do Sul se beneficia de visitantes da China, mas as tensões políticas na região podem ter um impacto crucial nas tendências de crescimento de 2018. Acredita-se que essa região possa crescer entre 9% e 11%, também a taxas de câmbio constantes.

Para o resto do mundo, espera-se que permaneça estável ou que apresente apenas um pequeno crescimento, de 2%. Dubai mantém-se estável, e é apoiado por turistas internacionais, enquanto a Austrália está preparada para se beneficiar de uma maior presença nas lojas.

O estudo também mapeou quatro tendências que estão moldando os produtos de luxo pessoal em 2018:

Clientes chineses em primeiro lugar: os consumidores chineses serão uma nacionalidade-chave para impulsionar o crescimento do mercado de luxo. Os compradores de luxo na China são jovens, cada vez mais conhecedores de moda e bem conscientes da equação de preço-valor.
Cliques: vendas on-line continuam a ganhar terreno, à medida que os limites se confundem entre os canais físicos tradicionais. As mídias sociais também continuam a influenciar as compras, especialmente para consumidores mais jovens.
Casual e streetwear: as categorias de streetwear tiveram um crescimento de destaque em 2017, impulsionadas pelos ambientes mais casuais de trabalho e jovens compradores de artigos de luxo. Esse segmento continua a ser uma alavanca fundamental para atrair novos clientes.
Consolidando o novo “normal”: o volume está impulsionando o crescimento do mercado, não apenas os aumentos de preços. As flutuações da taxa de câmbio estão redistribuindo os gastos entre as regiões, mas sem afetar o crescimento global.
De olho em 2025, a Bain & Company espera, a taxas de câmbio constantes, um crescimento de 4% a 5% ao ano, o que aumentará o tamanho do mercado para entre € 366 bilhões e € 390 bilhões. “As marcas de luxo devem se ver como mestres de seu próprio destino. Os clientes estão respondendo às estratégias bem direcionadas, e as marcas de melhor desempenho já estão conquistando os clientes de amanhã”, finaliza Federica Levato, sócia da Bain e coautora do estudo.

Sobre a Bain & Company

A Bain & Company, empresa líder global em consultoria de negócios, orienta clientes em relação a estratégias, operações, tecnologia, constituição de empresas, fusões e aquisições, desenvolvendo práticas que assegurem aos clientes transparência nos processos de mudança e tomada de decisões. A consultoria trabalha em sinergia com os clientes, vinculando seu fee aos resultados. O desempenho dos clientes da Bain superou o mercado de ações em quatro para um. Fundada em 1973, em Boston, EUA, a Bain conta com 55 escritórios em 36 países e já trabalhou com cerca de 5 mil empresas, entre multinacionais, companhias públicas e privadas, em todos os setores da economia.

Fonte: http://varejo.espm.br/22219/mercado-de-luxo-deve-crescer-entre-6-e-8-em-2018

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