O controlador da EMS Carlos Sanchez voltar a flertar com a possibilidade de compra da Hypera Pharma. Por meio do fundo de investimentos Dodger, o empresário adquiriu mais 6,02% do controle acionário da farmacêutica concorrente, em operação efetivada na última sexta-feira, dia 20.
Segundo o colunista do O Globo, Lauro Jardim, Sanchez já tinha pouco menos de 5% das ações da Hypera e teria decidido ampliar participação por entender que as ações estão baratas. Em 2024, os papéis da farmacêutica capitaneada por João Alvez de Queiroz Filho (Júnior) registraram queda de 17%. Considerando os últimos seis meses, despencaram 11%.
A transação ocorre 50 dias após a EMS retirar a proposta de fusão com a Hypera, que rejeitou veementemente um acordo com a atual líder em vendas na indústria farmacêutica nacional.
Além de entender que a oferta subestimou “significativamente” o valor da companhia, a divulgação explícita do interesse ao mercado também incomodou Júnior e os demais acionistas. Afirmou, inclusive, que a operação não era do melhor interesse para a empresa, porque o portfólio de produtos da EMS não estaria alinhado aos seus e que as duas farmacêuticas têm cultura organizacional e práticas de governança distintas.
EMS propôs aquisição de até 20% das ações da Hypera
O Grupo NC, controlador da EMS, sugeriu uma combinação de negócios com a farmacêutica, em proposta que envolvia uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 20% das ações da Hypera por R$ 30 e o restante em troca de ações.
A operação daria à EMS o controle de ao menos 60% do grupo farmacêutico, podendo ultrapassar 70% conforme a adesão à OPA. A empresa propôs um conselho de administração com nove membros para a empresa combinada, sendo cinco indicados pela EMS.
No entanto, Júnior não só rejeitou a proposta como aumentou sua participação na companhia e passou a deter mais de 50% das ações da Hypera. Antes, ele possuía cerca de 21,3% do capital social.
Fontes cravam que Sanchez não desistiu do negócio
Fontes ligadas ao setor deixam claro que Sanchez não desistiu do negócio e vem pedindo o apoio de interlocutores para expressar a Júnior o interesse de retomar conversações. Essa aproximação envolveria, inclusive, um reconhecimento do erro ao fazer uma oferta hostil, mas reiterando a geração de valor que a fusão poderia ocasionar.
A operação, de cara, criaria uma farmacêutica com faturamento anual de R$ 15,9 bilhões e lucro operacional estimado em R$ 5 bilhões. Valores que podem fazer o flerte virar namoro.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/ems-acoes-da-hypera-pharma/
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