A deterioração do consumo e a alta da carga tributária levaram ao encolhimento do mercado de higiene e cosméticos nos últimos dois anos, mas o setor espera uma recuperação em 2017, conforme afirmou o presidente do Grupo Boticário e do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), Artur Grynbaum. O executivo participou ontem do Seminário Setorial Estadão.

A previsão para 2017 é de cerca de 2% de crescimento, uma recuperação ainda pequena, na visão de Grynbaum. Para ele, o aumento da carga tributária no setor afetou pequenos distribuidores e revendedores. A Abihpec aponta que o último ano teve aumentos de ICMS para diversas categorias de produtos no setor em 18 Estados.

Não só a condição das contas do governo está frágil, mas o setor empresarial brasileiro é um “doente”, na visão de Grynbaum. Ele respondeu a comentário de assessor da Receita Federal, Roni Peterson de Brito, que argumentou que mudanças tributárias são parte de um esforço por arrecadação num momento em que as contas públicas estão “doentes”.

IPI. Além das alíquotas de ICMS, o questionamento de empresários é contra medida tomada em 2015 que passou a cobrar Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também das distribuidoras em grupos que possuem operações fabris e de distribuição.

A Receita Federal considerou que essa era uma forma de driblar um planejamento tributário no setor. Segundo Brito, alguns fabricantes vendiam produtos a distribuidores vinculados ao mesmo grupo empresarial a preço de custo, o que gerava uma erosão da base de incidência de imposto.

“Nosso sistema empresarial também está doente, não adianta salvar o pulmão se o doente depois vier a morrer do fígado”, comentou Grynbaum.

O executivo considerou que a mudança na incidência do IPI provocou, desde que começou a vigorar, uma queda nas vendas em volume de produtos de higiene e cosméticos. Segundo ele, em algumas categorias de produtos, em especial no segmento de beleza, a quantidade de itens vendidos caiu até 20% após a medida.

Fonte:http://panoramafarmaceutico.com.br/2017/08/29/venda-de-cosmeticos-deve-crescer-2/

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