Insights sobre o crescente público masculino de cosméticos foram apresentados e debatidos no Congresso de Cosmetologia da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC), que aconteceu durantes os três dias de FCE Cosmetique.

“Códigos antropológicos de comportamento das regiões do Brasil trazem variações”, disse Edmar Bulla, CEO da Croma Solutions. “Isso direciona muito o desenvolvimento de produtos, do ponto de vista de fragrância. Um estudo que fizemos dois anos atrás sobre isso mostra as aderências para o nordestino, por exemplo, em comparação ao sulista. Isso foi utilizado para personalizar os testers das revistas de venda direta”.

 

Bulla ainda contou que, embora os jovens sejam os mais preocupados com a longevidade, eles não estão dispostos a investir em produtos – o foco deles está principalmente em qualidade de vida. “Esse público prioriza estética e tratamentos que sejam muito mais relacionados ao autocuidado, em vez de um aspecto eminentemente externo”.

De acordo com Bulla, as classes Aa e B estão muito próximas em termos de investimento e intenção de compra. E completa: “a classe C é bastante aderente. Ela é aberta ao setor e vai voltar agora com o pós-crise”.

Inovação e digitalização ditam futuro do mercado cosmético

A importância de nos mantermos atualizados em um mundo cada vez mais digital e de consumidores em busca de produtos personalizados é inegável. Para o mercado de cosméticos não é diferente. Neste terceiro dia de FCE Cosmetique, no São Paulo Expo, o tema foi abordado em uma palestra essencial à indústria. Rüdiger Leutz, Diretor-Geral da Porsche Consulting do Brasil, enfatizou que a digitalização se soma aos desafios clássicos do mercado. “Os consumidores estão cada vez mais exigentes. E avanços e tecnologias abrem novas portas para todos os lados – fornecedoras, produtos, mercado e novos serviços para os clientes”, disse.

Celso Flávio da Silva, empresário e Vice-Presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Estado de Goiás, assistiu à palestra e a elogiou pela pertinência do tema: “O conceito de inovação é extremamente importante para qualquer segmento e principalmente o de cosméticos, que está muito atrelado às novidades de mercado, como tendências e moda”.

Uso de nanotecnologia em aerossol deve ganhar mais espaço

A indústria cosmética sempre segue as novidades tecnológicas mais quentes. Na FCE Cosmetique deste ano, uma palestra debateu sobre um tema ainda a ser mais explorado – o uso de nanotecnologia em aerossol. “Recentemente, orientei um trabalho de nanotecnologia feito por um aluno da Fatec e, na revisão bibliográfica, ficou nítido que as referências bibliográficas são muito fracas”, contou Antal György Almásy, Vice-Presidente da ABAS (Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários) e Engenheiro Químico especialista no tema. “Imagino que as pessoas vieram assistir à essa apresentação pelo ineditismo que ela tem”.

Almásy explica que o uso da nanotecnologia no processo de pulverização pelo aerossol permite mais de 150 mícrons em limpadores com borrifador, enquanto os mecanismos tradicionais de quebra de partículas produzem de 80 até 120 mícrons, geralmente encontrados em perfumes. O uso de nanotecnologia é capaz de quebrar ainda mais partículas, o que torna o processo mais econômico, otimizado e inofensivo à camada de ozônio. “Com isso a gente abre precedente para produtos como nanosal e tintura capilar para aplicar pulverizada no cabelo”, complementou. Almásy fez a apresentação em parceria com o Dr. Eduardo Caritá, também especialista no tema.

Sustentabilidade é exigência do consumidor de cosmético

Consumidores continuam a exigir produtos sustentáveis. A indústria cosmética, por sua vez, acompanha essas mudanças e está com os olhos voltados ao futuro. No Congresso ABC, que aconteceu dentro da FCE Cosmetique, a especialista em pesquisa e desenvolvimento Daniella Lopes Francischetti trouxe dados e insights sobre o tema. “Quarenta por cento dos consumidores brasileiros devem ser ambientalmente responsáveis e 48% afirmam verificar rótulos de produtos antes de comprá-los, dizem pesquisas recentes”, afirmou. “Setenta e três por cento dos consumidores, de acordo com uma pesquisa da consultoria UPBE feita com 16 mil pessoas, incluindo brasileiros, se sentem bem quando compram um produto que respeita a biodiversidade”.

Na FCE Cosmetique deste ano, a distribuidora Dinaco trouxe em seu estande o portfólio de ingredientes sustentáveis da empresa argentina Novachem. “A Dinaco está bastante atualizada. Na indústria da cosmética, a sustentabilidade se traduziu em diversas microtendências e estamos atendendo a demanda”, disse Marina Fernandes, Diretora de Marketing da Estratégico da empresa.

Ciesp e FCE Cosmetique unem players internacionais em encontros de negócios

Uma das vantagens oferecidas pela FCE Cosmetique para as empresas do ramo cosmético é a oportunidade de diálogo com players diversificados que fazem parte da mesma área. Os encontros de negócios promovidos pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Diadema na FCE Cosmetique, segundo Dario Sanchez, Gerente Regional do Ciesp Diadema, têm sido marcados pela presença de variados setores, como embalagens e serviços, e dezenas de indústrias.

“Essa é uma ferramenta que o Ciesp disponibiliza em todo o estado de São Paulo, mas é a primeira vez em seis anos de existência que a fazemos em uma feira do porte da FCE”, disse. “Hoje, nós temos 35 diferentes indústrias trocando cartões e conversando entre si. O objetivo não é fechar negócios, mas abrir canais de distribuição. No dia seguinte, a empresa faz uma lição de casa e dá sequência a esses contatos comerciais feitos aqui”.

Fonte: https://www.fcecosmetique.com.br/pt/noticias/noticias-e-conteudos-do-evento/crescente-consumo-de-cosmeticos-para-publico-masculino-e-tema-de-debate-na-fce-cosmetique

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