Os empresários Ron Perelman e Carl Icahn encerraram um impasse sobre a dívida da empresa de cosméticos

A Revlon foi tirada da beira da falência depois que os bilionários Ron Perelman e Carl Icahn encerraram um impasse sobre a dívida da empresa de cosméticos. Icahn resistia à proposta, apresentada pela Revlon há um mês, de trocar com um grande desconto US$ 343 milhões em bônus com vencimento em 2021, já que a empresa buscava controlar sua dívida antes da próxima semana, quando vencia um prazo que, segundo alertara, podia empurrá-la para a falência.

Uma insolvência teria eliminado os 87% de ações em circulação da Revlon que são de propriedade de Perelman, sobre as quais ele obtivera controle em 1985, depois de uma batalha de aquisição hostil alimentada pelos bônus com grau especulativo de Michael Milken. Hoje a empresa é comandada por sua filha Debra Perelman.

Icahn também teria grandes perdas, por ser um dos maiores detentores dos bônus, de acordo com fontes a par da situação. Mas o impasse foi rompido na undécima hora pelos dois bilionários, que se enfrentaram no fim dos anos 1990 pela Marvel Entertainment, o império dos quadrinhos.

A Revlon informou ontem que assegurou compromissos suficientes de detentores de bônus para evitar a falência, com aproximadamente US$ 236 milhões oferecidos, ou pouco menos de 69% da dívida pendente. Fontes familiarizadas com a transação disseram que a empresa não teria sido bem-sucedida se Icahn não tivesse oferecido alguns de seus bônus.

“Como resultado, a expectativa da empresa é que nenhum procedimento de falência ou insolvência seja necessário”, explicou a Revlon em um comunicado nesta quinta-feira. A empresa de Perelman, MacAndrews & Forbes, e Icahn não se pronunciaram.

Os detentores de bônus que participam da troca concordaram em receber 32,5 centavos por dólar ou uma combinação de dinheiro vivo e um novo crédito. Aqueles que não participam receberão o pagamento integralmente, segundo a empresa.

A Revlon apresentou a oferta de troca pela terceira vez na semana passada, quando apenas 36% dos detentores de bônus a tinham aceitado. A empresa alertara que o fracasso em concluir a transação provocaria a exigência de pagamento antecipado de outra dívida sênior, e isso a levaria à falência.

Perelman vendeu uma sucessão de ativos nos últimos meses – participações de sua holding na Scientific Games e na AM General até pinturas de Henri Matisse e Joan Miró. Su iate C2 de 281 pés está à venda por € 90 milhões.

A Revlon, que é um nome familiar nos Estados Unidos desde a 2ª Guerra Mundial, já enfrentava dificuldades com a queda nas vendas antes mesmo de o coronavírus atingir o mercado de cosméticos. A empresa registrou prejuízos por quatro anos consecutivos e perdeu espaço para marcas mais novas, como a Fenty Beauty. Em março, a Revlon anunciou que demitiria funcionários para cortar custos.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/11/13/acordo-entre-bilionarios-evita-falencia-da-revlon.ghtml

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