Volume de produtos ilícitos representa quase 40% do mercado total, segundo cálculos da consultoria
O mercado ilícito de bebias destiladas no Brasil deve crescer 10,1% neste ano em relação ao 2019, movimentando 130,7 milhões de litros de álcool puro, o que equivale a 320 milhões de garrafas de 1 litro de bebida destilada com teor alcoólico de 40%. As estimativas são da consultoria Euromonitor International.
Esse volume corresponde a 37,9% do total de bebidas destiladas vendidas no Brasil, calcula a consultoria. Em 2017, o percentual era menor, de 28,8%.
O aumento do consumo de bebidas ilegais, segundo a consultoria, deve-se à pandemia de covid-19, que afetou o poder de compra dos consumidores. O estudo indica que lojas de bairro, sites e até aplicativos de entrega tornaram-se pontos de venda de bebidas ilegais, devido à redução da fiscalização e da falta de regulamentação para a oferta em novos canais de venda.
De acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), as bebidas ilícitas são vendidas a preços até 70% abaixo do preço das bebidas legalizadas, gerando impacto duro sobre o setor da cachaça, que responde por 70% do volume de vendas de bebidas destiladas no país. O Ibrac estima que o valor perdido com o mercado ilegal de bebidas alcoólicas em 2017 foi de R$ 10 bilhões.
A pesquisa da Euromonitor revelou ainda um aumento do contrabando devido a falhas na vigilância das fronteiras brasileiras, com novas rotas sendo criadas do Paraguai para o Mato Grosso. As apreensões de produtos contrabandeados dobraram durante a pandemia. Também houve aumento da produção de bebidas falsificadas no interior de São Paulo, feitas por pequenas fábricas ilegais.
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