Como a indústria de cosméticos pode evoluir para integrar a economia circular? Como desenvolver produtos cosméticos capazes de se inserir em um ciclo permanente de reciclagem? Que materiais sustentáveis poderiam substituir as embalagens de plástico? Como incitar os consumidores a adotarem um estilo de vida sustentável na área de cosméticos? Essas seis questões importantes serão destaque na próxima edição do Sustainable Cosmetics Summit, que acontecerá de 4 a 6 de novembro de 2019, em Paris.
Durante a próxima edição do seminário Sustainable Cosmetics Summit, os debates terão como foco a busca de meios práticos para mudar fórmulas, embalagens e hábitos de consumo de cosméticos, de maneira a contribuir para a transição rumo à economia circular. Os estudos de casos apresentados terão seis temas principais:
Um novo design para os produtos. Uma pergunta não quer calar: a má qualidade do design dos produtos seria responsável pelos numerosos problemas de sustentabilidade que a indústria de cosméticos enfrenta, como a poluição por plásticos, a emissão de gases do efeito estufa, a perda de biodiversidade e as consequências do uso de produtos químicos?
Segundo o professor Michael Braungart, cofundador da McDonough Braungart Design Chemistry, é possível desenvolver cosméticos de maneira que os materiais que os compõem possam ser constantemente reciclados. A adoção do princípio Cradle-to-Cradle (C2C) poderia ser uma forma de gerar impacto positivo, em vez de simplesmente reduzir o impacto negativo.
Inovação em matéria de resíduos produzidos por embalagens. Calcula-se que, a cada ano, mais de 7 milhões de toneladas de plásticos sejam descartados no oceano. Infelizmente, o setor de cosméticos figura entre as principais fontes de resíduos de embalagens.
Lee Mann, que atua como Global Community Trade Manager para a The Body Shop, mostrará aos participantes do Sustainable Cosmetics Summit como ele criou uma cadeia de abastecimento para o primeiro plástico do mundo obtido por reciclagem e “comércio justo”. A empresa associou-se à Plastics For Change para instalar, na Índia, estações de coleta de plásticos descartados. Esse material é reciclado e utilizado na fabricação de frascos para produtos capilares. O objetivo, além de reduzir a poluição por plásticos, é também oferecer uma fonte de renda às comunidades carentes do país.
Materiais de embalagem sustentáveis. Em resposta à crescente oposição manifestada pelos consumidores em relação ao uso de plásticos, um grande número de materiais ecológicos para embalagens estão conquistando espaço na indústria de cosméticos.
Fórmulas “verdes”. Muitas empresas de cosméticos estão buscando substitutos para os produtos químicos sintéticos usados em suas fórmulas. Com isso, um grande número de matérias-primas naturais vem ganhando terreno na indústria.
Para ilustrar a tendência, a EFP Biotek apresentará alternativas ecológicas capazes de substituir silicones, petrolatos e lanolina; a Genomatica fará um panorama de seus glicóis de origem orgânica; a DuPont falará sobre conservantes naturais; e a Covestro apresentará seus novos ingredientes “verdes” destinados a produtos capilares.
Resíduos transformados em recursos. Cada vez mais, os subprodutos e fluxos secundários da indústria alimentícia estão sendo usados como fonte de ingredientes cosméticos por um número crescente de marcas de cosméticos que seguem princípios éticos de fabricação. O Grupo BASF explicará aos participantes do seminário como a empresa desenvolveu uma linha de produção de ingredientes cosméticos a partir de derivados de rambutã, resultantes do processo de beneficiamento de árvores cultivadas segundo princípios de agricultura orgânica.
Estilos de vida minimalistas. Somas consideráveis têm sido investidas na indústria de cosméticos para fabricar produtos sustentáveis e reduzir o impacto das embalagens. No entanto, a economia circular requer também, no outro extremo, uma maior responsabilização dos consumidores.
Fonte: https://www.brazilbeautynews.com/cosmeticos-seis-passos-rumo-a-sustentabilidade,3318
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