As vendas da indústria brasileira de alimentos registraram um crescimento de 1,3% no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a pesquisa conjuntural da ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos).
Os dados acumulados nos últimos 12 meses (junho 2018 a junho 2019) mostram que o setor está em uma trajetória de recuperação gradual de crescimento. As vendas no período evoluíram positivamente em 1,1%. ‘O desempenho da indústria de alimentos no primeiro semestre foi alinhado à dinâmica da economia do País. Com a aprovação das reformas estruturantes, a tendência é que todos os setores da economia cresçam de uma forma mais sustentável e mais rápida’, diz João Dornellas, presidente executivo da ABIA.

Os setores que mais se destacaram em vendas reais em comparação com o 1º semestre de 2018 foram: conservas de vegetais/frutas e sucos (extrato de tomate, milho, goiabada e sucos de laranja), 5,4%; bebidas (águas, refrigerantes etc), 1,6%; carnes e proteína animal, 0,6%; e óleos e gorduras (óleos vegetais, azeite, margarina e farelo de soja), com aumento de 0,5%.

Em relação à participação dos principais setores em faturamento, a categoria de proteína animal correspondeu a 22%, bebidas 20%, laticínios 10,5%, café, chás e cereais 10,2%, óleos e gorduras 9% e derivados de trigo 5,8%.

No primeiro semestre de 2019, as exportações de alimentos industrializados totalizaram US$ 15,9 bilhões, o que representa uma redução de 4,6% em relação ao valor verificado no primeiro semestre do ano anterior.

Embora os números mostrem tendência de queda, vale observar que, desde abril, a trajetória das exportações tem sido de recuperação. As vendas de carnes bovina, suína e de aves para a Ásia, com destaque para a China, aumentaram consideravelmente no último trimestre. ‘A perspectiva é de encerrar o ano com vendas em valor próximas ao do ano anterior, de US$ 35 bilhões’, afirma o presidente da ABIA.

A agenda do Mercosul, após a recente conclusão do acordo com a União Europeia (UE), tem agora como objetivo concretizar as negociações com outros blocos e países, como a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), Canadá, Cingapura e Coreia do Sul. O Brasil também está em negociação para ampliar o acordo bilateral com o México.

O acordo com a EFTA está avançando e há uma expectativa de que seja fechado ainda este ano. O maior mercado do bloco é a Suíça. Dentre os principais produtos que o Brasil exporta ao país estão carnes e frutas. Já na importação, o destaque são os chocolates. A próxima rodada de negócios está prevista para ocorrer na segunda quinzena de agosto.

Sobre a ampliação do acordo de livre comércio entre o Brasil e o México, ainda não há avanços significativos, mesmo com a intenção pública do Brasil em ampliar o acordo.

As relações com o Canadá estão na fase de negociações. Os temas mais sensíveis que estão sendo tratados são: regras de origem, medidas sanitárias e fitossanitárias, e bens. Atualmente, os principais produtos brasileiros exportados ao Canadá são açúcar, café, frutas, sucos e carnes. A próxima rodada de negociações entre o Mercosul e Canadá está prevista para ocorrer somente após o período eleitoral canadense, que ocorrerá em outubro.

Já o acordo do Mercosul com os coreanos está na sua terceira rodada de negociações, que envolvem temas como acesso a mercados, regras de origem, medidas sanitárias e fitossanitárias, barreiras técnicas ao comércio, defesa comercial, e facilitação de comércio. Apesar das perspectivas positivas, a evolução entre as partes é lenta. A Coreia do Sul mostra preocupação com a situação político/econômica da Argentina, além do interesse dos coreanos em conhecer melhor o texto do acordo firmado entre o Mercosul e UE. A próxima rodada está prevista para ocorrer no final do ano.

A aprovação da Reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados, com larga margem de votos nas duas rodadas de votação, contribuiu para manter o otimismo na recuperação econômica do Brasil. ‘Há uma melhoria das expectativas dos empresários com o futuro do País, fator relevante para se viabilizar um novo ciclo de crescimento sustentado, baseado em investimentos e baixa inflação’, destaca Dornellas.

No curto prazo, o crescimento econômico dependerá da efetividade das medidas propostas pelo Ministério da Economia, como a gradual liberação de parte do saldo do FGTS, a ampliação do uso dos empréstimos compulsórios pelos bancos, e de medidas complementares que venham a contribuir para reduzir as taxas de juros às empresas e consumidores, em linha com as quedas observadas na taxa básica de juros (SELIC).

Outro fator importante para a expansão da produção e do consumo de alimentos é a safra recorde de grãos, que poderá atingir 234,5 milhões de toneladas, alta de 6% em relação à safra anterior, sendo o milho o grande destaque com quase 100 milhões de toneladas e 23% de alta na produção, contribuindo para a garantia da oferta de matérias-primas para a indústria de alimentos.

Fonte: http://www.investimentosenoticias.com.br/noticias/economia/industria-de-alimentos-cresce-1-3-no-1-semestre

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