Maior fabricante de alimentos do mundo lança campanha para convencer o consumidor a renunciar a certas comodidades

A partir de 2020, a Nestlé vai abolir os canudinhos plásticos das embalagens do achocolatado Nescau Prontinho. O consumidor terá duas opções: comprar sem o acessório — e se virar para consumir o produto — ou optar por uma caixinha que inclui um canudo de papel. O tradicional tubinho de plástico, presente há décadas no Prontinho, está com os dias contados.

Essa é apenas uma das medidas tomadas pela Nestlé para repensar suas embalagens. A maior fabricante de alimentos do mundo, que faturou 13,75 bilhões de reais no Brasil, em 2018, quer rever a maneira como entrega seus produtos ao consumidor. No alvo, está a diminuição do consumo de plástico, um insumo barato, altamente disseminado pela indústria, mas que é um dos maiores vilões do meio ambiente.

A Nestlé também suprimiu o celofane nas caixas de bombom. O material era utilizado para dar proteção extra aos doces, mas uma solução simples foi capaz de removê-lo. “Nós tomamos mais cuidado ao selar as embalagens dos bombons”, afirma Marcelo Melchior, CEO da Nestlé no Brasil.

Outra simples alteração eliminou o filme plástico que prevenia o movimento de caixas nos pallets durante o transporte rodoviário. O procedimento, padrão no setor de logística, é semelhante ao usado pelas empresas que oferecem proteção a bagagens nos aeroportos. As caixas, para se manterem agrupadas, são envoltas em diversas camadas de filme transparente. Uma pistola de cola e quatro pontos de contato obteve o mesmo resultado, com a facilidade de não precisar desembalar tudo no local de destino. Basta puxar uma caixa para destacá-la das demais.

Nos últimos três anos, a companhia reduziu em 100 mil toneladas o volume de material de embalagem utilizado. O fim do canudo no Nescau Prontinho economizará 350 toneladas de plástico por ano e o do celofane nas caixas de bombom, 140 toneladas.

A luta contra o plástico é um movimento global, potencializado por pesquisas recentes que mostram os impactos do material no meio ambiente. Um estudo conduzido pela fundação Ellen McArthur, que defende a economia circular, e apresentado no Fórum Econômico Mundial, aponta que haverá mais plástico do que peixes nos oceanos até 2050, se forem mantidos os atuais níveis de utilização e reciclagem do insumo.

O cenário tem levado diversos países a restringirem o uso de plástico, inclusive o Brasil. Recentemente, cidades como Santos e Rio de Janeiro proibiram o uso de canudinhos. Na União Europeia, a lista de produtos a serem vetados inclui copos, pratos, cotonetes e talheres. As medidas começam a ser implementadas em 2021.

Fonte: https://exame.abril.com.br/marketing/por-que-a-nestle-quer-acabar-com-o-canudinho/

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