Estima-se que 13% dos produtos comprados pela indústria alemã sejam feitos a partir de matérias-primas recicladas
A Alemanha está um passo à frente do resto do mundo no que se refere à reciclagem de lixo no mundo. Um exemplo é o sistema que paga os consumidores pela devolução de latinhas e garrafas de cerveja ou PET. O chamado de Pfandsystem (ou sistema de depósito) já funciona desde 2005 e tem mostrado ótimos resultados.
Ele consiste em uma rede de maquininhas espalhadas pelo país que coleta garrafas ou latinhas de alumínio para depois ser encaminhado para a reciclagem. Em troca, o usuário recebe dinheiro em forma de cupons de compra.
Isso porque, ao comprar água, refrigerantes, cerveja, ou outras bebidas na Alemanha, por exemplo, o consumidor paga uma quantia adicional específica para cada material. Assim, ele vê discriminado no valor da compra o preço da bebida e o valor da garrafa ou lata retornável.
Com o sistema, é possível obter cerca de 25 centavos de euro por embalagem retornável. Para se ter uma ideia, o preço de uma garrafinha de água no supermercado fica em torno de 20 centavos de euro e o Pfand vale cerca de 25 centavos.
Assim o consumidor paga 45 centavos pelo produto e pode recuperar 25 centavos após depositar a embalagem vazia em uma maquininha do Pfand. Garrafas de vinho e bebidas destiladas não são coletadas pelas maquininhas.
É campeão
Essa e outras medidas fizeram da Alemanha um campeão mundial em reciclagem e reaproveitamento. De acordo com a administração da Deutsche Pfandsystem, a reciclagem deste tipo de embalagem chega perto dos 100% no país. A cadeia produtiva de resíduos emprega mais de 250 mil pessoas e estima-se que 13% dos produtos comprados pela indústria alemã sejam feitos a partir de matérias-primas recicladas.
Resultados tão positivos assim são frutos de uma longa história de reciclagem na Alemanha. O descarte de resíduos foi regulamentado em todo país na década de 1970, mas as primeiras leis sobre separação do lixo começaram a surgir já no século 19. Em 1970, o país tinha cerca de 50 mil lixões e aterros sanitários. Hoje, são contabilizados menos de 200.

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