A Cooperativa Vinícola Aurora, por meio da Clac Trading, fechou na semana passada um acordo de exportação de 2,16 milhões de garrafas de vinhos branco, tinto e espumantes para redes de varejo da China e de Taiwan. O contrato vai gerar US$ 6 milhões em exportações por ano. No fim de outubro, a empresa já havia feito dois embarques de teste, no total de 150 mil garrafas de vinhos da Aurora. “É o maior contrato que já fechamos para exportação de vinhos em volume e representa seis a sete vezes o volume que o Brasil inteiro exportou no ano passado”, observa Claudio Coser, sócio diretor da Clac. Ele acrescenta que a companhia negocia um outro acordo com redes de varejo da Ásia que pode dobrar o volume a ser exportado pela Aurora, chegando a US$ 12 milhões por ano. “É a primeira vez que a Aurora exporta para a China. Começamos com alguns clientes, mas a ideia é multiplicar as exportações. O povo chinês consome muita bebida e tem apreciado muito nossos vinhos e espumantes”, afirmou Herminio Ficagna, presidente da Vinícola Aurora. No ano passado, a Aurora exportou em torno de US$ 1 milhão e, neste ano, projeta um crescimento entre 20% e 25%. As vinícolas brasileiras registraram, de janeiro a outubro deste ano, exportação de 1,8 milhão de litros, volume 33,6% maior que o registrado no mesmo intervalo do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Os principais destinos foram Estados Unidos, Paraguai e Reino Unido. “Em comparação ao mercado global, as exportações brasileiras de vinhos ainda são muito pequenas. Mas a cada ano, as vinícolas brasileiras têm conseguido maior reconhecimento internacional pela qualidade da sua produção, principalmente na categoria de espumantes”, afirmou Dirceu Scottá, presidente do Ibravin. As exportações de espumantes aumentaram 36,6% de janeiro a outubro, chegando a 153,3 mil litros. Os principais destinos foram Reino Unido, Paraguai, Estados Unidos, Chile e Guiné Equatorial. Para o próximo ano, diz Scottá, a expectativa para exportações é de nova ampliação nos embarques da bebida alcoólica, com ampliação dos países de destino. As importações de vinho, nos dez primeiros meses deste ano, cresceram 12% em volume, para 76 milhões de unidades. Em valor, há queda de 3,8%, para US$ 233,7 milhões, segundo dados do governo brasileiro. Chile e Argentina Chile e Argentina são os principais fornecedores. As vendas de vinhos nacionais no Brasil encolheram ao longo do ano. A categoria de vinhos tranquilos (que inclui vinhos de mesa e vinhos finos) tiveram queda de 15,3%, totalizando 157,4 milhões de litros. Dentro da categoria, os vinhos de mesa recuaram 16,9%, para 140,8 milhões de litros. Os vinhos finos tiveram aumento de 1%, para 16,5 milhões de litros. Os espumantes registraram retração de 11,6%, totalizando 11,4 milhões de litros vendidos. Os espumantes moscatéis diminuíram 8,4% em vendas, para 2,8 milhões de litros. Na categoria de sucos de uva, houve queda de 19,5% nas vendas, para 76,2 milhões de litros. As vendas de vinagres encolheram 5,6%, para 10 milhões de litros. Scottá, disse que a quebra de safra, devido ao excesso de chuvas na floração, granizo e geadas no fim de 2015, atrapalhou mais as vendas de sucos e vinhos de mesa, que são processados e vendidos no mesmo ano.
No caso de vinhos finos e espumantes, o setor trabalha com estoques de safras anteriores, por isso foram menos afetadas. Além da quebra de safra, também pesou contra o setor o cenário de recessão econômica. “Não somos uma bolha no setor econômico. Como outros setores, sofremos o impacto da queda na renda das famílias e do desemprego. O vinho é um item supérfluo, é um dos primeiros a serem cortados da lista de compras”, disse Scottá. Outro fator que pesou nas vendas do setor foi o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre vinhos, que passou de um valor fixo de R$ 0,73 por garrafa para até 10% do valor do produto no varejo.
Deixe um comentário