Depois de trabalhar por muitos anos na indústria de mineração, os irmãos Marcos Kalvelage, 45, que é engenheiro, e Maurício Kalvelage, 39, que é arquiteto, decidiram transformar um hobby em negócio e criaram uma destilaria em Botuverá (SC) para produzir vodca premium.
No mercado desde 2013, a vodca Kalvelage ganhou os seguintes prêmios internacionais: San Francisco World Spirits Competition: medalha de ouro (2015) e de prata (2014 e 2016); New York World Wine & Spirits Competition: medalha de prata (2016); Hong Kong International Wine & Spirits Competition: medalha de prata (2016) e de bronze (2015).
Marcos Kalvelage, que é mestre-alambiqueiro, diz que é possível fazer vodca com qualquer insumo agrícola que tenha açúcar ou amido, como cana-de-açúcar, tubérculos e frutas. Sua vodca é feita de cereais, mas ele não divulga quais, pois faz parte da receita secreta.
“Fizemos testes com várias matérias-primas antes de chegar à receita, mas era em casa, em pequena escala. Como somos apreciadores, temos uma grande coleção de vodcas, e sabíamos qual o ideal de qualidade que queríamos atingir. Quando conseguimos, montamos a destilaria, que faz um produto até melhor, pois tem os processos mais controlados”, declara.
Os irmãos não divulgam dados de investimento e de faturamento, mas dizem que a fábrica tem capacidade de produzir 200 mil litros por mês. São dois produtos: Kalvelage, que custa em média R$ 98, e Kalvelage Vibe, que tem preço médio de R$ 70.
São vendidas em supermercados, empórios, bares e restaurantes. O maior mercado é Santa Catarina, mas está disponível também em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí e Ceará.
“Ainda é necessário desmitificar a ideia de que a vodca nacional é de baixa qualidade. Os prêmios internacionais ajudam nisso, como também ajudaram a conseguir distribuidores e a chegar a mais pontos de venda”, diz o empresário.
Ele afirma que o grande consumo da bebida no Brasil é em drinques, mas pode ter outras aplicações, como na flambagem de vieiras e camarões.
A empresa ainda não vende para outros países, mas há planos em andamento para isso. Também está previsto o lançamento de uma vodca mais barata e outros bebidas destiladas, que os irmãos não divulgam quais.
Prêmio dá chancela, mas consumidor precisa ser informado Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP, diz que premiações são comuns no mercado de bebidas e, de fato, ajudam a dar aval a um produto, da mesma forma que um famoso na propaganda faria, por exemplo.
“Esse tipo de chancela é interessante para uma empresa pequena, que não tem tanto poder de mídia, desde que eles consigam informar isso na sua comunicação ao consumidor final”, afirma. Ele diz que patrocinar eventos culturais e esportivos é outra forma de tornar a marca conhecida, se a empresa tiver orçamento para isso.
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