Globalmente, o setor de alimentos e bebidas é essencial para a vida das pessoas, assim como para a economia dos países, e o Brasil é considerado uma potência nesse segmento, com exportação para mais de 180 países do mundo, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). 

Em 2019, o setor faturou quase R$ 700 bilhões, o equivalente a 9,7% do PIB nacional, valor 6,7% superior ao registrado em 2018. Tais números expressivos foram atingidos graças à industrialização, iniciada ainda na década de 1980 e 1990, e sua constante transformação, por meio de processos de digitalização e automação industrial. 

Essa transformação digital, ou indústria 4.0, possibilitou às fábricas efetuarem a manutenção remota de uma máquina ou rastrear as etapas de produção, desde a origem da matéria-prima até o envio do produto ao varejo. Esse nível de automação refletiu diretamente na redução de custos com energia e impactos ambientais.

Mais adiante, por meio da combinação de Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), a indústria ganhou mais um aliado na tomada de decisões sensíveis. Agora, por meio de algoritmos de inteligência artificial, pode-se decidir, com base na análise do banco de dados, pela liberação ou rejeição de lotes inteiros de um produto. 

Esses algoritmos também permitem analisar diversas variáveis externas envolvidas no planejamento de compra de matéria-prima, armazenamento e logística, tais como clima, preferências regionais, sazonalidade, composição do produto, entre muitas outras. Com base nesses dados de consumo, é possível fazer a solicitação com base na demanda, reduzindo desperdícios e aumentando a assertividade. 

Além disso, essas novas tecnologias contribuem de forma decisiva no cumprimento de normas sanitárias, como da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de outros órgãos regulatórios, permitindo identificar rapidamente desvios ao longo da produção e viabilizando, em casos extremos, a realização de um recall.

Apesar da automação já ser uma realidade em grande parte da indústria de alimentos e bebidas, ainda há muito o que evoluir, principalmente por parte de fábricas pequenas, que sofrem com escassez de mão de obra especializada e ainda muitos processos manuais. O que falta, muitas vezes, é capacidade de investimento, seja por dificuldade no acesso ao crédito ou por falta de um cenário econômico mais favorável, mas isso já seria assunto para outro artigo.

Fonte: https://noticias.portaldaindustria.com.br/artigos/bruno-sacute-iorio/o-impacto-da-transformacao-digital-no-setor-de-alimentos-e-bebidas/

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