Presidente-executivo da entidade se diz otimista com liberação de fracionamento e personalização de produtos em loja, além da reforma tributária e desoneração de itens essenciais.
Quando João Carlos Basilio iniciou seu trabalho na ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), três décadas atrás, o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos não representava mais que um “traço” na economia do país. “Hoje, somos 1,8% do PIB nacional. Nesses 30 anos, sem dúvida nenhuma, nós conquistamos muitas vitórias, mas isso não nos faz acomodar”, afirma o presidente-executivo da entidade.

Em um encontro realizado no último dia 22 de maio, em que abordou o panorama da indústria de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) nos últimos anos, além de desafios e perspectivas para o futuro, Basilio mencionou que subir no pódio não é fácil, já que para o Brasil estar entre os quatro maiores mercados do mundo foi necessária muita dedicação de todo o setor. Mas se manter no topo é ainda mais difícil, segundo ele. “Nós precisamos continuar evoluindo e combater burocracias para que possamos chegar a objetivos maiores e mais representativos.”

Entre as burocracias, o presidente-executivo aponta entraves com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Vamos trabalhar fortemente para que a Anvisa fiscalize o mercado e retire produtos irregulares, comprometendo a marca se for o caso. Mas é preciso que pare com esse processo de pré-análise porque ele não funciona. Nós estamos com 180 dias para liberação de produtos. Não há possibilidade de trazer inovação tendo que aguardar esse período. A área regulatória precisa dar passos mais fortes para que nós possamos colocar mais rapidamente produtos inovadores no mercado brasileiro”.

Personalização de fracionamento de cosméticos até o final deste ano
Ele também comentou sobre outra antiga batalha do setor. “Estamos trabalhando para que nós possamos ter produtos personalizados dentro das lojas e também o fracionamento. Queremos ver isso ocorrendo até o final do ano. São duas questões importantes pelas quais estamos lutando há quatro anos. Se conseguirmos isso, vai ser um salto significativo para o nosso setor de um modo geral.”

Outro obstáculo enfrentado pela indústria de HPPC, segundo Basilio, é a questão tributária no Brasil. “Temos um regime tributário extremamente complexo. O governo prometeu uma simplificação e temos a expectativa de que, com ela, vamos ter ganhos de causa”.

O representante da entidade justifica que, com a reforma, o imposto passará a ser recolhido no destino, o que acaba com a guerra fiscal de um estado para o outro. “Com uma alíquota máxima, que atualmente é falada em 26,5%, teremos também benefícios para diversas categorias de produtos do nosso setor, que paga uma carga tributária de 34% em média. Então, vai haver uma significativa redução de impostos para cosméticos, fazendo com que um maior número de pessoas possa ter acesso a esses produtos”.

Redução na alíquota para produtos como repelente e protetor solar
Para ampliar ainda mais o acesso a certas categorias, a ABIHPEC também vem se empenhando para que diferentes produtos considerados essenciais para a saúde venham a fazer parte de uma cesta básica, com redução de 60% na alíquota. É o caso dos repelentes, tão essenciais nesse momento de surto de dengue. “Outro que nós enxergamos que é necessário é o protetor solar. Nós não podemos esquecer que vivemos num país tropical, onde a temperatura está subindo e o câncer de pele vem aumentando. Queremos que as classes menos favorecidas, que são aquelas que estão mais expostas, possam ter acesso a esses produtos com um diferencial de imposto mais reduzido”, afirma Basilio.

Apesar dos grandes desafios, ele se diz positivo com o futuro, mesmo sem citar números – a entidade decidiu não compartilhar mais dados de faturamento e produção do setor. “O ano de 2023 foi bom e para 2024 temos perspectivas otimistas de que vamos continuar crescendo, avançando no consumo e com uma maior penetração dos produtos do nosso setor no mercado brasileiro.”

Fonte: https://www.brazilbeautynews.com/precisamos-continuar-evoluindo-diz-presidente,5072

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